quarta-feira, 29 de outubro de 2014

PRIMEIRO-MINISTRO GUINEENSE PEDE AOS PAÍSES DA CPLP APOIO DIRETO AO ORÇAMENTO DO PAÍS

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, pediu hoje aos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) um apoio direto ao orçamento do país e ainda assistência técnica.

Simões Pereira fez os pedidos na sua intervenção de abertura da reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP, que arrancou em Bissau, com mais de três horas de atraso.

Após enumerar os eixos estratégicos de governação da Guiné-Bissau, assente em programas de emergência, de contingência e de desenvolvimento, que o próprio apresentou em detalhes, o chefe do executivo guineense disse esperar da CPLP um apoio direto ao orçamento, através de donativos ou empréstimos.

Através destes mecanismo,s o Governo poderia fazer face ao pagamento de despesas do Estado nomeadamente os salários e encargos oficiais, sustentou Domingos Simões Pereira que espera inda receber da CPLP assistência técnica e reforço da capacidade institucional na formulação de políticas e preparação de projetos para uma mesa-redonda que Bissau pretende organizar em fevereiro com os doadores.

De forma genérica, o primeiro-ministro guineense conta obter da CPLP "uma advocacia positiva" junto da comunidade internacional, afirmando que esta ainda vê a Guiné-Bissau "com alguma desconfiança".

Falando em nome das autoridades e do povo guineenses, Simões Pereira notou que a presença dos ministros dos responsáveis lusófonos em Bissau "já de si é um motivo de satisfação" uma vez que ajuda a dar credibilidade ao país.

Visivelmente emocionado, o chefe do Governo guineense pediu aos responsáveis da comunidade lusófona para desenvolverem um plano estratégico de ajuda à Guiné-Bissau no âmbito da preparação da mesa-redonda com os doadores que deverá ter lugar em fevereiro em Bruxelas, na Bélgica.

Sobre os planos de governação, o primeiro-ministro guineense referiu que no âmbito de plano de contingência, Bissau pretende reapreciar todos os contratos de exploração de recursos naturais existentes no país e ainda clarificar acordos internacionais nomeadamente celebrados com empresas portuguesas.

Neste âmbito destacou o acordo aéreo com a Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) que disse conter "hoje objetivos questionáveis" e ainda o entendimento extrajudicial alcançado com a TERTIR (empresa de exploração portuária) a partir do qual poderão ser desenvolvidas novas parcerias.


Depois de abrir a reunião, Domingos Simões Pereira saiu da sala do conselho de ministros guineenses, deixando a presidência dos trabalhos ao chefe da diplomacia de Timor-Leste, José Luís Guterres.

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