Mais de 142 milhões de brasileiros vão hoje às urnas
para escolher o novo Presidente do país na segunda volta das eleições, marcadas
por uma forte polarização entre os dois candidatos.
Na disputa estão a atual Presidente e candidata à
reeleição, Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), mais identificada
com a esquerda; e o ex-senador e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, do
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), candidato preferido dos
empresários.
Aécio Neves, que chegou a ser apontado nas sondagens
que antecederam a primeira volta, a 05 de outubro, como o terceiro colocado,
surpreendeu ao obter 33,5%, ultrapassando, em muito, a candidata que era
apontada como a segunda colocada, Marina Silva, que alcançou 21% dos votos.
Os 20 dias que separaram a primeira da segunda volta
foram marcado pela procura do apoio dos eleitores de Marina Silva - que
endossou o seu apoio a Aécio Neves - e por uma forte campanha de acusação, de
ambos os lados, o que se refletiu em aclamados debates nas redes sociais também
entre os eleitores. De um lado, os apoiantes de Aécio Neves acusam o governo
"petista" de corrupção, recordando as recentes denúncias de desvio de
verbas na petrolífera brasileira Petrobras e os políticos do partido condenados
no processo do "mensalão"; enquanto, do outro, os
"dilmistas" ressaltam escândalos ocorridos também durante o governo
do PSDB, em estados como Minas Gerais e São Paulo.
O campo da economia também tem gerado fortes embates,
com o candidato da oposição a criticar o atual governo pelo parco desempenho do
Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos, enquanto a atual presidente
aponta a crise internacional como única culpada da queda no ritmo de
crescimento interno.
De um lado, Dilma Rousseff é tida como a representante
dos trabalhadores e a certeza da continuidade aos programas sociais, como o
"Bolsa Família", que conseguiu tirar milhões de pessoas da miséria
desde o governo de Lula da Silva (2003).
Do outro, Aécio Neves, identificado como o candidato
mais à direita, preferido da classe empresarial, tem ganhado força com uma
campanha baseada na promessa de "mudança" e gestão mais eficiente,
com um Estado mais "enxuto".
A polarização, que já tinha alimentado as redes
sociais, chegou também às ruas nos últimos dias, em atos que reuniram milhares
de pessoas, a favor dos dois candidatos.Nas sondagens de opinião, Dilma
Rousseff tem parecido na frente - 54%, face a 46% de Aécio - vantagem, no
entanto, muito próxima da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para
mais ou para menos.
Hoje será também dia de eleitores de alguns estados
brasileiros voltarem a dar o seu voto para a eleição de governadores
provinciais, no caso dos que ainda não elegeram os seus representantes na
primeira volta, designadamente o Rio de Janeiro. FYRO // EL
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