O Presidente do Supremo Tribunal de
Justiça (STJ), Paulo Sanha, apelou esta terça-feira, 3 de Fevereiro, aos juízes
no sentido de estarem acima de qualquer suspeita e equidistantes de todos os
intervenientes nos processos, salvaguardando assim uma Justiça séria, isenta,
independente e imparcial.
Paulo Sanha fez estas declarações à imprensa
durante a cerimónia de tomada de posse de novos juízes dos tribunais regionais,
incentivando-os na promoção de uma justiça célere, processual e na
produtividade no exercício da magistratura sem prejuízo de qualidade jurídica
das suas decisões, o que tem sido motivo de críticas ao funcionamento do
tribunal, fenómeno que garantiu combater sem tréguas.
Preocupado com a reforma no sistema
judicial guineense, Paulo Sanha reafirmou que não aceita nem vai aceitar
medidas reformistas que visam alterar o ofender os princípios Constitucionais,
a separação de poderes e a independência dos tribunais, fruto das conquistas
dos magistrados judiciais há mais de duas décadas.
«Estamos conscientes de que as acções
dos tribunais não pertencem exclusivamente ao âmbito da competência judicial,
pois a função de fazer direito constitui uma responsabilidade do Estado no seu
todo, adoptando medidas legislativas com vista à promoção de uma Justiça mais
eficaz e célere», disse Sanha.
Por outro lado, o responsável máximo da
magistratura judicial guineense sublinhou que a compreensão dos factores
necessários de interacção dos actores, a dinâmica dos processos e as regras de
fundamento numa abordagem interdisciplinar de desempenho do sistema judicial,
interdependência, a eficiência e efectividade pelos resultados, e a
acessibilidade, supõem um equilíbrio nacional e sistémico, sem maximização ou
desdém que supere qualquer das dimensões.
«A realização da Justiça é uma virtude,
uma arte complexa que requer perseverança dedicação e amor à profissão»,
referiu.
Neste sentido, Sanha reconheceu que não
é fácil ser juiz numa sociedade como a da Guiné-Bissau, pois o nível de cultura
jurídica é baixo, onde muitas vezes também os possuidores do domínio do
conhecimento manipulam a maioria inexperiente à mercê dos seus interesses ou
para justificar os insucessos no foro judicial, criando de certo modo uma
tensão social contra magistrados, passando a ser vistos como «diabos».
«Enquanto garantes jurisdicionais, dos
direitos fundamentais dos cidadãos e da cidadania, devemos pugnar-nos pela
isenção e imparcialidade, promovendo uma Justiça objectiva e célere a todos os
cidadãos, independentemente o seu estrato socioeconómico ou cultural», referiu
Sanha.
A terminar, o Presidente do STJ chamou a
atenção dos empossados sobre a necessidade de se absterem de certos
comportamentos que põem em causa a boa imagem dos tribunais, nomeadamente a
promiscuidade com as partes processuais ultimamente veiculadas, adequando-se as
regras de conduta e deontologia profissionais para a criação de confiança da
população no sistema judicial.
//PNN
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