Uma semana depois de ratificado o acordo de
CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), no último sábado
(10.09), em Bissau, que aponta vários caminhos para acabar com as cíclicas
crises que assolam a Guiné-Bissau, pouco ou nada se fez para implementar o
documento com seis pontos. Assim, o país real continua bloqueado.
A dinâmica das autoridades políticas, no que
concerne ao acordo, praticamente não tem dado resultados. Entretanto, o PAIGC,
partido vencedor das eleições legislativas com maioria absoluta, desdobra-se
nos preparativos do seu aniversário, que se assinala a 19 de setembro. Até
segunda-feira, o partido liderado por Domingos Simões Pereira tem uma agenda
cheia de atividades para celebrar os 60 anos. O partido reúne os órgãos
internos para analisar não só a situação política vigente, mas também para se
debruçar sobre a vida dos libertadores.
Na sede do PAIGC, ao lado do Palácio da
República, perto da embaixada de Espanha e de várias instituições do Estado e
privadas, foi ligado o aparelho de som, que há vários dias emite músicas em
volume muito alto. Uma situação que está a incomodar pessoas que circulam por
essa zona na praça pública.
O PRS, o segundo maior partido no Parlamento,
também tem dedicado os últimos dias as concertações internas, nomeadamente a
nível dos órgãos superiores. Hoje reúne a Comissão Política do partido.
Os restantes partidos, com e sem assento
parlamentar, discutem, nos órgãos de comunicação social, quem deverá liderar o
futuro governo de consenso e de inclusão.
E Baciro Djá, atual primeiro-ministro diz que
está disponível para abrir o Governo à "oposição", de modo a formar
um elenco governativo de consenso e inclusivo.
O primeiro-ministro viajou para Europa e não
se sabe ao certo quando é que deve regressar ao país. O Executivo aposta nos
preparativos para as comemorações da festa de independência da Guiné-Bissau
(24.09).
Por seu lado, o Presidente da República, José
Mário Vaz, viajou, na terça-feira, e regressou, esta quinta-feira, encorajado
na resolução da crise interna, através da implementação do acordo assinado
entre as forças políticas, presidente da ANP (Assembleia Nacional Popular) e os
três Presidentes: Alpha Condé da Guiné-Conacri, Ernest Bai Koroma, de Serra
Leoa e o Chefe de Estado guineense, José Mário Vaz.
Os chefes de Estado da CEDEAO que visitaram
Bissau deixaram a tarefa de manter conversações com as autoridades políticas
nacionais sob a responsabilidade do novo presidente da comissão da organização,
o beninense Alain Marcel de Souza que se vai manter na Guiné-Bissau até que
haja esse entendimento para o cumprimento do documento assinado.
Nos próximos dias, o Presidente guineense,
José Mário Vaz, deverá visitar Cuba, Venezuela e participar depois nas sessões
da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da
América. Isto depois de José Mário Vaz ter visitado Congo (duas vezes), Chade,
Sudão e o Senegal em menos de 15 dias para receber conselhos dos
"mais-velhos" e discutir a situação vigente no continente africano.
Há ainda a referir que, no plano das
telecomunicações, há mais de uma semana que a empresa Orange Bissau não tem
serviço de internet disponível e tem as chamadas limitadas. Vários clientes
recorrem aos serviços da rede concorrente, a MTN. As dificuldades no acesso à
internet deixam os guineenses com os nervos à flor da pele.
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