O Presidente da Republica afirmou hoje que a
profissão de jornalista constitui uma actividade de elevada responsabilidade e
obrigações sociais, por isso, deve ser exercida por técnicos capacitados e
conscientes do poder da Comunicação Social.
José Mário Vaz falava na cerimónia de
abertura do Vº Encontro da Plataforma das Entidades Reguladoras da Comunicação
Social dos Países e Territórios de Língua Portuguesa sob lema: A Regulação
Editorial On line.
Disse que a sua presença na reunião expressa
o seu reconhecimento do papel particular reservado a Comunicação Social na
informação e formação de uma sociedade mais democrática nos respectivos países.
“ Nos próximos dias, acredito que vão ser
chamados ao debate temas como auto – regulação da profissão, o respeito
escrupuloso dos códigos de ética, a independência dos órgãos, a importância do
editorial online, o impacto do alcance das notícias online, os acontecimentos
que podem gerar “disse.
De acordo com Mário Vaz, a auto -regulação da
profissão é o caminho correto para conciliar a liberdade e a responsabilidade,
salientando que o sector no país tem neste encontro uma enorme responsabilidade
para troca de experiencia, colher ensinamentos e estreitar laços de cooperação
com as suas congéneres de países da Comunidade da Língua Portuguesa.
O Chefe de Estado frisou ainda que a
liberdade de expressão e de imprensa, a semelhança das outras liberdades, são
conquistas democráticas do nosso povo que devem ser preservadas e protegidas,
pelo que a classe política, sociedade civil, mas sobretudo os órgãos da
comunicação social devem fazer o seu trabalho de forma livre, sem serem
incomodados.
O Presidente da Republica pediu o apoio de
todos os participantes na reposição da verdade dos factos, invertendo a imagem
negativa do país no exterior, com base no que vão ver e constatar ao longo da
estadia na pátria de Amílcar Cabral.
Por seu turno, o ministro da Comunicação
Social, Victor Pereira frisou que num regime democrático influenciar a opinião pública
é influenciar indirectamente o poder, o que evidencia a necessidade de
apropriação de padrões morais de conduta e de referência por parte da
comunicação social.
Acrescenta que são esses comportamentos
normalizados que as instâncias de regulação compete fiscalizar.
Victor Pereira referiu que enquanto quarto
poder, a média têm uma função de exprimir a voz dos cidadãos, tendo questionado
em que medida a comunicação social é tão necessário à democracia, ou então qual
o impacto que ela tem sobre a opinião pública.
“Os jornalistas têm pois, um poder
extraordinário, constatamos, no entanto, que eles nem sempre são independentes
e podem ser influenciados pelo poder financeiro ou então sofreram a pressão dos
órgãos para os quais trabalham ou ainda dos partidos políticos “disse.
O Presidente do Conselho Nacional da
Comunicação disse que a presença dos órgãos da soberania no evento mostra o
interesse e a preocupação que têm quanto aos desafios que o sector da
comunicação social enfrenta nesta fase em que se assistem profundas
transformações nesta área essencial da convivência colectiva.
Ladislau Embassa lembrou que o legislador
guineense, quer no plano constitucional quer no plano da legislação estabeleceu
um quadro jurídico propício ao livre exercício da liberdade de imprensa e de
expressão e que se ajusta as exigências do Estado de direito.
“O défice de recursos humanos qualificados e
a carência de ordem técnica e financeira constituem grandes obstáculos ao bom
desempenho da Comunicação Social guineense”, afirmou.
Embassa salientou que a criação de uma
instituição de formação de qualidade para os jornalistas, bem como a adoção de
um fundo para o sector como acontece em alguns países da nossa comunidade,
poderiam constituir medidas interessantes se se quer assegurar a qualidade de
informação e a sustentabilidade dos órgãos da Comunicação nacionais.
O encontro hoje iniciado deve decorrer até a
próxima quinta-feira e conta com as presenças das autoridades de regulação da
Comunicação Social dos países da CPLP. //ANG
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