A União Europeia reconhece que o processo do
recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau é fundamental, mas considera também “da
maior importância” que sejam feitos todos os esforços para que as eleições
legislativas não sofram “atrasos desnecessários”.
À luz dos atrasos verificados no processo
eleitoral para as legislativas na Guiné-Bissau, inicialmente marcadas para 18
de novembro, fonte comunitária comentou à Lusa que, “de forma a que as eleições
anteriores decorram de forma credível e transparente, um recenseamento
eleitoral atualizado seria um marco fundamental”.
No entanto, acrescentou, “a União Europeia
considera da maior importância que não sejam poupados esforços para que as
eleições tenham lugar sem atrasos desnecessários”.
A mesma fonte reiterou que a UE está totalmente
empenhada em ajudar a Guiné-Bissau “a resolver a sua crise política de longa
data”, lembrando que, nesse contexto, e em coordenação com outros atores
internacionais, designadamente Nações Unidas (ONU), Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental (CEDEAO), e Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), “tem apoiado de forma consistente o processo eleitoral na
Guiné-Bissau, em linha com o Acordo de Conacri, adenda de Lomé e a Constituição
da Guiné-Bissau”.
Na terça-feira, o primeiro-ministro da
Guiné-Bissau, Aristides Gomes, disse que apresentou três cronogramas eleitorais
para a realização de eleições legislativas, agendadas para 18 de novembro, mas
que terão de ser adiadas por causa do atraso no recenseamento eleitoral.
“Há vários cenários possíveis. Nós apresentámos
um cenário para 16 de dezembro e um cenário para 30 de dezembro”, afirmou
Aristides Gomes.
Segundo o primeiro-ministro, aqueles dois
cenários implicam uma redução dos prazos para além do recenseamento.
“Ou seja, feito o recenseamento, na base da lei
vigente, o resto seria na base da redução de prazos”, explicou.
Quanto ao terceiro cenário, Aristides Gomes
disse que é a 27 de janeiro com o respeito de toda a lei e sem encurtamento de
prazos.
“Mas o senhor Presidente manifestou interesse
em que as eleições sejam ainda este ano e nós também”, disse.
Aristides Gomes falava aos jornalistas no final
de uma reunião de cerca de nove horas que juntou na Presidência guineense
partidos políticos, sociedade civil e autoridades eleitorais.
O processo eleitoral para as legislativas,
marcadas para 18 de novembro na Guiné-Bissau, tem sido bastante criticado pelos
partidos políticos e pela sociedade civil, principalmente o recenseamento, que
começou, atrasado, a 20 de setembro.
Recentemente, o Governo anunciou que o
recenseamento eleitoral se deveria prolongar até 20 de novembro e terminar dois
dias depois da data marcada para a realização das legislativas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.