quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Estudantes Guineenses na Rússia temem ataques



Estudantes da Guiné-Bissau na Rússia estão a pedir a intervenção das autoridades guineenses junto do governo de Moscovo por recearem ataques da população que os aponta como portadores do vírus Ébola, disse um dos alunos a uma rádio local.

Elísio Barbosa, presidente da Associação dos Estudantes Guineenses na Rússia, referiu, em contato telefónico com uma rádio de Bissau, que a população da cidade de Oriol (a 400 quilómetros da fronteira com a Bielorússia e com a Ucrânia) "está furiosa com os estudantes africanos", nomeadamente os guineenses.

Quinze estudantes guineenses, contemplados com bolsas de estudo do governo russo, chegaram a Moscovo na terça-feira e um dos jovens foi levado ao médico por ter febre.

Concluiu-se que não se tratava de Ébola, explicou Elísio Barbosa, mas, mesmo assim, o espaço da residência de estudantes onde se encontram instalados foi desinfetado.

"Qual não é o nosso espanto quando uma equipa de televisão chegou à residência e começou a entrevistar os alunos da Guiné-Bissau. Por ter colocado as suas imagens na televisão local, a população pensou que estavam infetados com o vírus Ébola", disse Barbosa.

A emissão da notícia, houve estudantes africanos ameaçados de morte, adiantou, considerando que a situação "não deve ser menosprezada".

Segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ébola já causou 4.493 mortos em 8.997 casos registados em sete países (Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, os mais afetados, mas também Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos).

A OMS teme um expressivo aumento do número de infeções que estima poderem subir até aos 10.000 novos casos por semana (atualmente registam-se mil) até ao final do ano na África ocidental.

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