Estudantes da Guiné-Bissau na Rússia estão
a pedir a intervenção das autoridades guineenses junto do governo de Moscovo
por recearem ataques da população que os aponta como portadores do vírus Ébola,
disse um dos alunos a uma rádio local.
Elísio Barbosa, presidente da Associação
dos Estudantes Guineenses na Rússia, referiu, em contato telefónico com uma
rádio de Bissau, que a população da cidade de Oriol (a 400 quilómetros da
fronteira com a Bielorússia e com a Ucrânia) "está furiosa com os
estudantes africanos", nomeadamente os guineenses.
Quinze estudantes guineenses, contemplados
com bolsas de estudo do governo russo, chegaram a Moscovo na terça-feira e um
dos jovens foi levado ao médico por ter febre.
Concluiu-se que não se tratava de Ébola,
explicou Elísio Barbosa, mas, mesmo assim, o espaço da residência de estudantes
onde se encontram instalados foi desinfetado.
"Qual não é o nosso espanto quando uma
equipa de televisão chegou à residência e começou a entrevistar os alunos da
Guiné-Bissau. Por ter colocado as suas imagens na televisão local, a população
pensou que estavam infetados com o vírus Ébola", disse Barbosa.
A emissão da notícia, houve estudantes
africanos ameaçados de morte, adiantou, considerando que a situação "não
deve ser menosprezada".
Segundo o último balanço da Organização
Mundial de Saúde (OMS), o Ébola já causou 4.493 mortos em 8.997 casos
registados em sete países (Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, os mais
afetados, mas também Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos).
A OMS teme um expressivo aumento do número
de infeções que estima poderem subir até aos 10.000 novos casos por semana
(atualmente registam-se mil) até ao final do ano na África ocidental.
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