sexta-feira, 2 de novembro de 2018

PRS pede civismo e diz que não há tribalismo na Guiné-Bissau


O presidente do Partido de Renovação Social, Alberto Nambeia, afirmou hoje que não há tribalismo na Guiné-Bissau, apelou ao civismo e aos partidos políticos guineenses para fazerem uma campanha eleitoral sem ataques pessoais.

"O tribalismo (na Guiné-Bissau) é fomentado por certos políticos, mas na realidade não existe. As pessoas fomentam esse assunto quando querem conquistar o voto de um determinado grupo étnico, sobretudo nas eleições", explicou Alberto Nambeia, quando questionado sobre a existência ou não de tribalismo no país durante uma entrevista à Lusa.

Fundado pelo ex-Presidente Kumba Ialá, o PRS tem sido conotado erradamente com a etnia balanta (de facto o povo balanta é mais inclusivo , pois integrou no seu seio toda etnias da Guiné-Bissau), a maior do país, o líder do PRS recorda que o período da luta pela independência da Guiné-Bissau mostrou que não existe tribalismo.

"Se houvesse tribalismo não podia haver aquela conjugação de etnias na luta contra o colonialismo português", afirmou, sublinhando que nas tabancas (aldeias) há mistura de várias etnias.

Na Guiné-Bissau existem mais de 40 etnias, sendo as maioritárias os fulas e os balantas.

Segundo Alberto Nambeia, não se pode confundir tribalismo com "solidariedade étnica".

"Os políticos evocam tribalismo, mas quando querem uma mulher, nunca perguntam pela sua etnia antes de se fazerem a ela. Nesse caso já não há tribalismo", sublinhou para exemplificar a inexistência daquele fenómeno na Guiné-Bissau.

Na entrevista, o presidente do PRS, segunda maior formação política da Guiné-Bissau e que integra o atual Governo em funções no país, apelou também ao civismo.

"Que ninguém pegue neste processo de eleições como um tabu, como uma coisa do outro mundo. Durante a campanha eleitoral evitemos as mensagens de confrontação", disse, sublinhando que os partidos devem ganhar as eleições devido ao seu programa eleitoral.

Alberto Nambeia pediu às pessoas para não votarem por um "saco de arroz, açúcar ou dinheiro", mas em "consciência".

"Porque qualquer partido que ganhar as eleições será um partido da Guiné-Bissau, não um partido do Senegal, da América ou de Portugal, embora os portugueses sejam nossos irmãos. Temos laços que nos unem com eles. O partido que ganhar é o partido da Guiné-Bissau que nos todos devemos apoiar para trabalharmos juntos com ele", concluiu, pedindo aos políticos para se absterem de ataques pessoais. Com a Lusa

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