O presidente do Partido de Renovação Social,
Alberto Nambeia, afirmou hoje que não há tribalismo na Guiné-Bissau, apelou ao
civismo e aos partidos políticos guineenses para fazerem uma campanha eleitoral
sem ataques pessoais.
"O tribalismo (na Guiné-Bissau) é
fomentado por certos políticos, mas na realidade não existe. As pessoas
fomentam esse assunto quando querem conquistar o voto de um determinado grupo
étnico, sobretudo nas eleições", explicou Alberto Nambeia, quando
questionado sobre a existência ou não de tribalismo no país durante uma
entrevista à Lusa.
Fundado pelo ex-Presidente Kumba Ialá, o PRS
tem sido conotado erradamente com a etnia balanta (de facto o povo balanta é
mais inclusivo , pois integrou no seu seio toda etnias da Guiné-Bissau), a maior
do país, o líder do PRS recorda que o período da luta pela independência da
Guiné-Bissau mostrou que não existe tribalismo.
"Se houvesse tribalismo não podia haver
aquela conjugação de etnias na luta contra o colonialismo português",
afirmou, sublinhando que nas tabancas (aldeias) há mistura de várias etnias.
Na Guiné-Bissau existem mais de 40 etnias,
sendo as maioritárias os fulas e os balantas.
Segundo Alberto Nambeia, não se pode confundir
tribalismo com "solidariedade étnica".
"Os políticos evocam tribalismo, mas
quando querem uma mulher, nunca perguntam pela sua etnia antes de se fazerem a ela.
Nesse caso já não há tribalismo", sublinhou para exemplificar a
inexistência daquele fenómeno na Guiné-Bissau.
Na entrevista, o presidente do PRS, segunda
maior formação política da Guiné-Bissau e que integra o atual Governo em
funções no país, apelou também ao civismo.
"Que ninguém pegue neste processo de
eleições como um tabu, como uma coisa do outro mundo. Durante a campanha
eleitoral evitemos as mensagens de confrontação", disse, sublinhando que
os partidos devem ganhar as eleições devido ao seu programa eleitoral.
Alberto Nambeia pediu às pessoas para não
votarem por um "saco de arroz, açúcar ou dinheiro", mas em
"consciência".
"Porque qualquer partido que ganhar as
eleições será um partido da Guiné-Bissau, não um partido do Senegal, da América
ou de Portugal, embora os portugueses sejam nossos irmãos. Temos laços que nos
unem com eles. O partido que ganhar é o partido da Guiné-Bissau que nos todos
devemos apoiar para trabalharmos juntos com ele", concluiu, pedindo aos
políticos para se absterem de ataques pessoais. Com a Lusa
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