Um princípio fundamental da nossa luta é que a nossa
luta é a luta do nosso povo, e o nosso povo é que tem que a fazer, e o seu
resultado é para o nosso povo. Os camaradas já compreenderam bem o que é o
povo. O problema que pomos agora é o seguinte: Mas o nosso povo está a lutar
contra quem?
Claro que a luta dum povo é sua, de facto, se a razão
dessa luta for baseada nas aspirações, nos sonhos, nos desejos de justiça, de
progresso do próprio povo, e não nas aspirações, sonhos ou ambições de meia
dúzia de pessoas, ou de um grupo de pessoas que tem alguma contradição com os
próprios interesses do seu povo.
Contra quem é que o nosso povo tem que lutar? Desde o
começo nós dissemos claramente. Nós, como colónias de Portugal na Guiné e em
Cabo Verde, somos dominados pelo estrangeiro, mas não são todos os estrangeiros
que nos dominam e, dentro de Portugal, não são todos os portugueses que nos
dominam.
Aquela força, aquela opressão que está a ser exercida
sobre nós, vem da classe dirigente de Portugal, da burguesia capitalista
portuguesa, que tanto explora o povo de Portugal, como explora o nosso povo. E,
como sabemos bem, a classe dirigente de Portugal a classe colonialista de
Portugal, está ligada à dominação do mundo por outras classes doutros países,
formando juntas, a dominação imperialista. Está ligada ao conjunto das forças
capitalistas do mundo que, dominando os seus próprios países, têm necessidade vital
de dominar outros povos, outros países, tanto para terem matérias-primas para a
sua indústria, como para terem mercados para os seus produtos. Por isso, nós
somos dominados pela classe capitalista colonialista portuguesa ligada ao
imperialismo mundial."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.