A 10.ª edição dos Encontros Internacionais da
Guitarra, que decorre em Coimbra de 2 a 13 de novembro, vai contar com um
destaque especial à música da Guiné-Bissau, que abre e encerra o programa.
O evento, promovido pela Associação Orquestra
Clássica do Centro, inicia-se a 02 de novembro com um concerto de Braima
Galissá, mestre guineense de kora, instrumento de 22 cordas originário da
África Ocidental.
Os Encontros contam com um total de cinco
concertos, duas exposições e a exibição de um documentário sobre a kora, com
todas as iniciativas a decorrerem na "casa" da associação, o Pavilhão
Centro de Portugal.
A 12 de novembro, a Orquestra Clássica do
Centro (OCC) apresenta naquele espaço o concerto "Viagem", num
programa em que o bandolim, a guitarra manouche e a guitarra portuguesa estarão
presentes como instrumentos solistas.
No último dia do evento, 13 de novembro, será
exibido um documentário de Jorge Correia Carvalho sobre a kora em terras
guineenses, seguido dos concertos do guitarrista e compositor Ricardo Silva,
com guitarra portuguesa, e do músico guineense Manecas Costa, nomeado para os
prémios Grammy, em 2009.
Nos Encontros Internacionais, haverá ainda um
concerto em torno do legado de Nuno Guimarães, compositor da Canção de Coimbra,
uma atuação do grupo de Fados de Coimbra "Desassossego" e uma
exposição, entre 02 e 13 de novembro, do escultor N'Cok Lama e do pintor
Domingos Delgado, ambos da Guiné-Bissau.
O evento destaca também a viola toeira,
associada a Coimbra e à região das Beiras, com um concerto e uma exposição
sobre o instrumento.
Encontro é uma palavra que simboliza "o
trabalho da Orquestra Clássica do Centro", que procura criar laços e
"pontes entre povos, culturas e formas de estar", explanou a diretora
da associação, Emília Martins, durante a conferência de imprensa que se
realizou hoje.
A diretora da associação sublinhou ainda que
gostaria de um dia ver a kora, destacada na edição deste ano, integrada como
instrumento solista no trabalho da OCC.
Durante a conferência de imprensa, a diretora
da associação voltou a frisar que a OCC não tem tido uma vida
"fácil", face à redução de mecenas e à "diferença de
tratamento" por parte do Estado.
Em 15 anos de existência, a orquestra sediada
em Coimbra continua sem um apoio direto estatal, ao contrário das restantes
três orquestras regionais, notou.
As candidaturas aos apoios para orquestras
regionais "não abrem desde 2003", referiu, sublinhando que, enquanto
a OCC recebe 180 mil euros da Câmara, as três orquestras regionais apoiadas
pelo Estado recebem valores acima dos 500 mil euros por parte da administração
central.
"É mais do que justo" reivindicar
"um tratamento igual", em função do trabalho desenvolvido pela OCC e
da gestão que mantém, realçou.
Os Encontros Internacionais da Guitarra
contam com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra e o patrocínio da Caixa Geral
de Depósitos. // Noticias ao minuto
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