Hoje, não vou falar dos guineenses que já perderam a
vida em Angola (imigrantes comuns), e outros desaparecidos (entre eles
jornalistas), mas concentrar-me-ei no presente e no futuro. Quanto ao futuro,
até poderia ser diferente, mas, o presente é deveras preocupante.
E falando do presente, hoje recebi esta mensagem triste
de um concidadão residente em Luanda (Angola) e não podia deixar de partilhar
convosco, cito: “…há muitos cidadãos guineenses (em Angola) que estão presos,
estes não são libertados e nem repatriados, até parece que não há nenhum
representante diplomático que pode resolver esta situação…”.
Na minha opinião, as autoridades da Guiné-Bissau devem
proceder de imediato para ajudar a colmatar a precariedade, os abusos, as
torturas, as prisões, os roubos e todas outras formas de violações dos direitos
dos nossos concidadãos em Angola.
Reconheço o facto de muitos deles estarem a viver numa
situação de ilegalidade, mas ser ilegal em termos de imigração não justifica as
mortes, as prisões, as pilhagens e tantos outros relatos que diariamente nos
chegam de Luanda.
Perante à ineficiência da nossa representação
diplomática naquele país lusófono, desafio o Secretário de Estado das
Comunidades, Idelfrides Gomes Fernandes, para se deslocar à Luanda (como fez
recentemente a Portugal) para se inteirar da situação da nossa representação
diplomática, tal como da situação dos nossos imigrantes.
Ao fazê-lo, estaria o Sr. Secretário de Estado a
prestar um nobre serviço público e humanitário não só em prol das nossas
comunidades na diáspora, mas, também, em benefício da Nação guineense e em
defesa dos nossos superiores interesses.
Chegou a hora de partilharmos a dor e o sofrimento
deles, mas, também, ajudar-lhes sobretudo a encontrar melhores soluções para as
suas situações que, directa ou indirectamente, não são alheias à Guiné-Bissau.
Para as autoridades da Guiné-Bissau diria o seguinte: A
LIDERANÇA, UMA BOA LIDERANÇA, É SABER TOMAR MEDIDAS IMPORTANTES E DECISIVAS EM
MOMENTOS DIFÍCEIS. E assim exige a situação dos nossos imigrantes em Angola.
E para as autoridades de Angola diria o seguinte: se a
lusofonia e os laços históricos e de irmandade não bastassem, peço então que
cumprem com as suas obrigações, tratando como seres humanos os imigrantes que
se encontrem em Angola como gostaria que os seus filhos fossem tratados noutros
países, tendo em conta as relações políticas, económicas e comerciais entre os
dois países.
Bem hajam,
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