O Presidente da
Guiné-Bissau instou hoje os deputados a empenharem-se na fiscalização da ação
governativa do país com o rigor que a lei lhes confere, como forma de moralizar
o Estado.
Num discurso
pela ocasião de abertura do novo ano legislativo, que marca a primeira sessão
ordinária do novo parlamento eleito em maio passado, José Mário Vaz, pediu aos
deputados para que cumpram e façam cumprir as leis do país na fiscalização da ação
do executivo.
"Não
pretendo insinuar ou ensinar as funções de um deputado, apenas pretendo na minha
qualidade de Presidente dar a minha contribuição no rigor que se pretende para
o desenvolvimento do país", notou Mário Vaz, aplaudido ao longo do
discurso pelos parlamentares.
O Presidente
guineense saudou a aprovação pelo parlamento do Orçamento Geral do Estado (OGE)
de 2014 e o programa do Governo, de forma unânime, mas alertou que tal não
poderá servir de "fator de inibição" da ação fiscalizadora dos
deputados.
Para José Mário
Vaz, o unanimismo demostrado pelos deputados na aprovação dos dois instrumentos
de governação deve ser antes entendido como "um voto de confiança" no
executivo mas também como "atribuição de responsabilidades" pelas
necessidades de respostas rápidas aos anseios da população.
"A
confiança não exclui o controlo", frisou Mário Vaz, para quem o
parlamento, ao exercer o dever de fiscalização, permite que se possa acompanhar
os níveis de execução das metas governativas e identificar os elos mais fracos
do Governo.
A fiscalização
governativa "é tao importante quanto o pão para boca" pelo que,
salientou o presidente, de todos os órgãos de soberania, o parlamento "é
aquele que tem mais responsabilidades" no futuro do país.
Valendo-se da
sua experiencia de antigo ministro das Finanças, José Mário Vaz alertou para a
necessidade de os deputados seguirem a execução das políticas do Governo dentro
do quadro orçamental, sem permitir as chamadas despesas não tituladas.
"O
princípio de prestação de contas, de justiça social e de transparência deve ser
observado", disse Mário Vaz, sublinhando ser este o único caminho para
"tirar a população da situação penosa" em que se encontra.
"É chegada
a hora de começarmos a andar com os nossos pés, porque os apoios da comunidade
internacional não são eternos", observou José Mário Vaz que diz confiar no
trabalho "que nunca enganou a ninguém" ao contrário da fantasia
"que se paga cara".
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