Li aqui (aqui no IBD»»)
Cara Compatriota,
Srª Drª Carmelita Pires,
O Grupo de Intelectuais Balantas na
Diáspora vem agradecer a sua intervenção, no nosso Blog, através do seu artigo
de 09.03.2013, no qual expressa livremente a sua crítica e opinião, que,
também, lhe agradecemos.
É para isso que existimos! Simplesmente para
comunicar, no verdadeiro sentido da palavra, com verdade e transparência.
Da discussão nasce a Luz (reza um velho
provérbio Português)! Ninguém é dono da Verdade! Só o Criador! Por isso, todos
estamos sujeitos à crítica e ao direito de resposta.
E como estamos - nós os Guineenses - tão
precisados da Luz! Luz da Verdade! Luz do Conhecimento! Luz da Fraternidade!
Luz da Solidariedade e da Cooperação Edificante, que alumie os Espíritos com
uma intensidade tal que nos traga a verdadeira Sabedoria, que tenha o poder de
ofuscar e afastar de nós a Escuridão da Intolerância e do Preconceito.
Estando, ainda, em fase de pesquisa, quer
da forma, quer do conteúdo, o nosso objectivo é constituirmo-nos como uma
plataforma de diálogo para todos os Guineenses e seus Amigos, no País e na
Diáspora, para troca de informações úteis, não de banalidades e grosserias,
como se lê em certas publicações online (em boa verdade, nada edificantes, pela
forma envenenada, como passam algumas informações, mas que têm os seus adeptos).
Por outro lado, queremos aparecer como uma
ferramenta de oportunidades para produzir pensamento reflexivo, individual ou
de grupo, que deverá nortear-se pelo sentido de utilidade para todos, seja na
forma de expressão e debate de ideias, seja como partilha de conhecimentos
multidisciplinares ou, simplesmente, veículo para a reposição da verdade sobre
assuntos de interesse comum, sobre os mais diversos temas de interesse, ou,
ainda, para desbravar terrenos inóspitos, em busca de um futuro melhor para todos
os que se identificam como Guineenses, quer pelo nascimento, quer pela vivência
cultural e as diversas afinidades em que se enquadram no Mundo contemporâneo
(CPLP, CEDEAO, etc).
Por isso, a sua intervenção mereceu, da
nossa parte, o maior apreço.
Porque interveio como uma Guineense, que se
preza, e que preza a sua Terra, com a qual notoriamente se preocupa!
Se nós, os Guineenses, não nos preocuparmos
connosco mesmos, quem se há-de preocupar?
Por isso, nos honramos em responder ao seu
artigo!
Consideramos valioso o seu contributo, não
só como expressão de sentimento pessoal, mas, também, como um alerta sobre
aspectos da nossa realidade, enquanto Povo.
Por isso, queremos partilhar, consigo e com
os nossos Leitores, a nossa resposta àquilo que nos pareceu serem questões
relevantes da sua crítica a nós dirigida.
Análise
do Artigo A Designação Escolhida
No seu artigo, começa a senhora por se
insurgir contra a designação pela qual nos identificamos, dizendo que a
designação escolhida “…desprestigia os conteúdos do Blog”.
Mas não diz porquê. Nem a quem
desprestigia. Não explica nem explicita o seu pensamento (ou a intenção
subentendida).
Mas é evidente que não se explica para não
cair no ridículo, no embaraço de expor o que parece ser um recalcado
preconceito, que, claramente, transparece daquela sua afirmação, aliás, infeliz
e descortês!
Fazemos o reparo, não por nos sentirmos
ofendidos. Nada disso!
Fazemo-lo pela manifesta fragilidade do seu
julgamento! E pensar que a senhora foi Ministra da Justiça de um País, que não
conhece!... nem reconhece!
Porque sabemos que não faria idêntica
censura à uma Associação Cultural de Naturais de qualquer outra Região do País.
Por exemplo, de Geba, Cacheu ou Bolama. Porque será?
No seu artigo, começa por se insurgir
contra a designação pela qual nos identificamos.
Diz a senhora que a designação escolhida
“…desprestigia os conteúdos do Blog IBD”.
Mas não diz porquê. Nem a quem
desprestigia. Não explica nem explicita o seu pensamento (ou a intenção
subentendida).
Parece, contudo, evidente que não se
explica para não se expor ao ridículo pelo que poderia ser considerado um
recalcado preconceito, que, claramente, assoma à essa sua declaração (quanto a
nós, infeliz e descortês)!
Fazemos o reparo, não por nos sentirmos
ofendidos. Nada disso!
Fazemo-lo pela manifesta fragilidade do seu
julgamento! E pensar que a senhora foi Ministra da Justiça de um País, que não
conhece!...nem reconhece!
Porque sabemos que não faria idêntica
censura à uma Associação Cultural de Naturais de qualquer outra Região do País!
Por exemplo, de Geba, Cacheu ou Bolama. Porque será?
Quanto aos conteúdos, esses serão definidos
pelo perfil dos nossos leitores, com inteira liberdade. Não seremos nós a
determiná-los! Não temos pretensões a ditadores de qualquer consenso!...
Quantas Associações existem, por essa
Diáspora Guineense, com a designação de “Filhos” desta e daquela Localidade ou
Região do nosso País? Serão todas elas mais prestigiosas do que a nossa, para
só dirigir contra nós a sua desabrida censura?
Por isso, caberia perguntar-lhe: que
conteúdos é que são desprestigiados pela designação adoptada pelo Grupo?
Quanto aos conteúdos, estes serão definidos
pelo perfil dos nossos leitores, com inteira liberdade. Não seremos nós a
determiná-los! Não temos pretensões a ditadores de qualquer consenso!...
Só não entende quem não quer, ou alberga no
espírito intenções menos limpas, talvez obscurecidas pelo preconceito.
Mas…preconceitos?!… Cada um fica com o que tem!
Para bom entendedor (e a senhora certamente
que o é), a designação adoptada é a adequada à identificação do Grupo. Ela é
clara e compreensível!
Só não entende quem não quer ou alberga, no
seu íntimo, intenções menos claras, talvez obscurecidas pelo preconceito.
Mas…preconceitos?!… Cada um fica com o que tem!
Não é esse o nosso caminho! Nunca foi!
Nunca será!
Não será o terreno em que queiramos
competir, seja com quem for! Porque sabemos quanto sofreu o nosso Povo (os
melhores Filhos da Terra) por causa disso!...
Preconceito
Cultural ?
Preconceitos culturais só desmerecem quem
os tem, pois nascem da fragilidade mental e intelectual, por desconhecimento do
outro, no que tem de melhor: a sua Alma, o seu Espírito, impregnados pela
Sabedoria herdada dos Antepassados.
Assim sendo, cada Cultura é uma singularidade,
uma criação insusceptível de imitação, porque traz sempre a marca de uma
espiritualidade mística, partilhada por um certo grupo humano, tornando-se o
seu distintivo!
Por isso é que não há Culturas superiores,
nem inferiores, no verdadeiro sentido da palavra! Isso foi uma pretensão da
ignorância antiga, no passado da Humanidade, derivado justamente da sua
ignorância mútua!
Nós somos pela Cultura do nosso Povo,
qualquer que seja a sua fonte ou origem: da Cidade ou da Tabanca, do Sul ou do
Norte, do Leste ou do Oeste, qualquer que seja o Grupo Étnico.
Se não gostarmos de nós, tal como somos,
quem gostará?
O nosso objectivo é pensar sobre o que
somos e como somos. Não por nós, nem para nós, mas pelas futuras Gerações de
Guineenses (e pela nossa)! É uma responsabilidade partilhada!
Conhecendo-nos melhor, estaremos mais bem
preparados para trabalharmos em conjunto, para mudar o que deve ser mudado e
para melhorar o que já é bom.
Ignorar ou desprezar não é solução! Em
nenhuma parte do Mundo! Só aumenta a ignorância mútua e com ela os problemas.
Não é essa a causa das dificuldades que o
nosso País vem enfrentando, há 40 anos?
Identidade
Cultural como algo Nobre
Quanto a nós, a designação não ofende nem
desprestigia ninguém.
Antes, pelo contrário, identifica um Grupo
de Intelectuais Guineenses, que se orgulham da sua identidade Cultural! Há
coisa mais nobre que isso?
A senhora, certamente, também se reconhece
na sua e sente nisso orgulho justificado!
Porque a identidade Cultural (ao contrário
da alienação Cultural) é um bem inalienável e não um factor de desprestígio.
Desprestigiante, sim, é a alienação
Cultural, quando não se reconhece Valor à Cultura de origem, fazendo-se o tipo
de figura que o Povo facilmente identifica como alguém que “já não sabe de que
Terra é!”, porque não se conhece a si mesmo, culturalmente falando!
Um País não existe só nas Cidades ou Vilas!
Esse é um erro, que se paga caro, durante gerações e gerações, e tem como
resultado o subdesenvolvimento crónico!
A
Cultura de que Falamos
A Cultura, de que falamos, não é uma
questão menor!
Cultura significa a Alma de um Povo, na
qual se impregna o seu passado e o presente.
Ela contém, em cada momento, as vivências
de uma dada Comunidade Humana, que nela vai buscar a Força necessária para
edificar o Presente e construir o Futuro, dentro da sua própria idiossincrasia.
Dessa Cultura, que a senhora parece
desdenhar, falará a nossa História futura, ansiosa por descobrir todas as suas
facetas e influências. Da herança colonial falar-se-á, com comiseração e
desdém, para só destacar os seus principais defeitos e implicações (positiva ou
negativa) na nossa Cultura e no seu angustiante processo de Desenvolvimento:
abusos do colonialismo e dos seus herdeiros culturais, como causa do
desenraizamento cultural de parte da nossa população, como factor de divisão e
causa da instabilidade política e social, assim como da debilidade económica,
que caracterizam o momento que estamos, a atravessar, actualmente.
Está no seu direito de discordar, mas é uma
constante da História da Humanidade!
Assim foi entre a Cultura Lusa (mais
próxima de nós) e a ocupação Árabe (sem dúvida, a Cultura mais brilhante e
influente, na época), cujas mesquitas foram modificadas e convertidas em
Igrejas Cristãs, para se apagar o passado. Assim sucedeu com os Bretões e a
Cultura Romana, com os Francos e os Romanos, com os Russos e a Cultura
greco-romana e a influência muçulmana (através dos Turcos), patenteada no
Kremlin.
Ninguém quererá nessa altura estar
associado ao lado errado da História! Os grandes Heróis de que se falará serão
os Libertadores Culturais e Políticos, os Resistentes da hora presente, que se
opõem (pela palavra e pelas armas) ao regresso da Guine ao estado de uma
Colónia sob protectorado. Então, não é assim?
Porque será que o nosso País, à beira de
completar 40 Anos de Independência, ainda continua a marcar passos, no atoleiro
do Subdesenvolvimento?
Não é por falta de Cultura, pelo facto de
ser sistematicamente governado por gente que não conhece a sua própria Cultura,
o seu próprio País, sendo vítima da mal digerida Cultura herdada do
Colonialismo?
O
Valor da Cultura versus Colonialismo de Substituição
Quanto melhor nos conhecermos, a nós
mesmos, do ponto de vista Cultural, melhor preparados estaremos para agir sobre
o País, de uma forma mais esclarecida, mais sensata e patriótica, mais isenta,
e, sobretudo, mais inclusiva!
Não é verdade que o modo de governação,
instalado no País, desde a Independência, não se distingue, em quase nada,
comparativamente ao regime Colonial, no que concerne à busca desenfreada de
riqueza fácil, em tempo record, à ganância predatória, a não ser no facto de
ter mudado de actores?
Colonialismo de substituição? Não!
Obrigado! Para pior, já basta o que foi!
Repare que a expressão não é muito
exagerada, como retracto de certas práticas, que estão na origem das crises
cíclicas que apoquentam o País e perturbam o Mundo!
E é precisamente aí que reside a causa do
“desnorte”, de que a senhora fala, no seu artigo, embora invertendo a realidade
para o lado que mais lhe convém.
Enquanto assim for, a verdade sairá sempre
prejudicada!
É a falta de uma Política de Verdade (que
deveria emergir de uma Sociedade, também, de Verdade) que gera a desconfiança
sistemática, que está na origem das nossas crises! Ou não é assim?
Um Governante, culturalmente, bem informado
sobre o seu Povo não cai tão facilmente nos erros que a corrupção desenfreada e
o sentimento de impunidade proporcionam, na Guiné-Bissau, por ausência de lei,
quase sempre substituída pelo Poder Pessoal, que premeia os apaniguados
subservientes.
O
nome escolhido tem muito que se lhe diga…
Prosseguindo a sua crítica, faz-nos o
seguinte reparo: “o nome escolhido tem muito que se lhe diga…e nem tudo se
poderá dizer”.
Infelizmente, manda as suas atoardas, mas
não se explica, nem explicita o seu pensamento ou a sua intenção.
Achamos que a sua intervenção seria mais
assertiva, se fosse mais explícita, mais clara, a dizer o que pensa realmente.
Sabendo o que pensa, melhor poderíamos, também, esclarecer-lhe, a si e aos
nossos Leitores.
Ficando-se pelas “meias palavras”, no
contexto em que escreve, as mesmas não bastam para se fazer entender, ao
contrário do ditado “para bom entendedor…!”
E era, absolutamente, necessário que
tivesse sido capaz de se fazer entender, com a clareza que se impõe, numa
reacção como a sua.
Só, só assim, a sua mensagem se tornaria
verdadeiramente útil e permitir-nos-ia responder-lhe na forma justa e adequada.
Perante o vácuo da sua afirmação, o mínimo
que se pode dizer, como esclarecimento, é que o Grupo não existe em função de
quaisquer “conteúdos” abstractos.
A sua existência é muito anterior a
quaisquer “conteúdos”, sejam eles quais forem, próprios ou alheios!
Por isso, quando muito, são os conteúdos
que existem (ou devem existir) em função do Grupo (para servir os seus
objectivos) e não o contrário.
Partindo do princípio de que a Verdade
liberta e o Medo escraviza, talvez fosse melhor esclarecer o que pensou e
pretendeu dizer. Só, assim, poderemos esclarecer o que for preciso, se for
necessário.
Reacção às Incursões do “Pasmalu” e “outras
histórias”?
Logo, em seguida, interroga-se sobre a
nossa designação, se não seria a mesma uma reacção contra o que designa de
“incursões” de “Pasmalu” e “outras histórias”, e conclui dizendo que, mesmo
assim, “não deixa de ser censurável”.
Ora, garantidamente, a designação não tem,
absolutamente, nada a ver com uma reacção contra quaisquer “incursões” do
“Pasmalu”, nem com quaisquer “outras histórias” do género. Pela simples razão
de que não sabemos mesmo a que se refere!
Ignorância nossa, certamente, de que nos
penitenciamos!
A verdade é que o Grupo não existe como
reacção a coisa alguma! Por isso, a sua observação não faz o mínimo sentido,
com o devido respeito!
É uma iniciativa própria, absolutamente
independente, livre e isenta de quaisquer intenções menos próprias. Por isso,
estranhamos que semelhante ideia tenha sequer ocorrido à senhora!...
O que é o “Pasmalu”, a que a srª se refere?
E o que são as “outras histórias”, a que alude?
Com a interrogação, não estamos a fazer uma
pergunta de retórica, mas um pedido de esclarecimento, que se funda no
desconhecimento daquelas duas referências, que aparecem, no seu artigo.
Contudo, acreditamos que, se o diz, lá
saberá em que se fundamenta!
Presumimos que seja alguma grosseria, em
forma de publicação, mas não nos afecta!
Se for, naturalmente, aquela ficará com
quem a pratica ou nela se reconheça!
Mas o Grupo não existe para reagir contra
coisa alguma!
Por isso, uma tal associação de ideias,
como a que a senhora faz, no seu artigo, só pode ser fruto de qualquer outra
coisa que nos escusamos de qualificar (os psicólogos chamar-lhe-iam
“paranóia”).
Não há nada de censurável na designação
adoptada pelo Grupo. Pelo contrário!
Trata-se, efectivamente, de um Grupo de
Intelectuais, que se reconhecem numa certa identidade paradigmática, como
muitos outros, no País e na Diáspora, e que existe para servir o País e não
para coisa diferente disso!
Mas percebemos bem onde quis chegar!
Sendo este um Grupo de Intelectuais, não
desconhece que, na nossa Sociedade, existem, ainda, alguns pruridos
lamentáveis, a esse nível, decorrentes do nosso passado Colonial, que
contribuiu (e contribui) para uma alienação Cultural, na qual muitos de nossos
compatriotas se reconhecem, com total legitimidade. Pudera!
Mas uma alienação, é uma alienação de algo,
que, tanto pode ser racial (quando o indivíduo, consciente ou
inconscientemente, adopta uma identidade social que a diferencia dos seus
antepassados) como Cultural (significando, neste contexto, o descolamento de
uma Cultura de base para assentar arraiais numa outra, de procedência estranha,
mas com a qual o indivíduo ou um grupo se identifica e acomoda, como efeito da
História, não da mera Sociologia Humana).
Mas, isso, levar-nos-ia a outras
considerações, que não vêm ao caso!
Algo
“Forte Demais”
O mesmo se diga quanto à sua afirmação
seguinte: “…Na minha perspectiva, é algo “forte demais” e que caracteriza o
“forte demais” da nossa sociedade e das vindictas”.
Uma vez mais, levanta suspeições (pelo
menos assim parece), mas não esclarece onde quer chegar. Fica-se pelas meias
tintas!
O que deve entender-se por algo “forte
demais” da nossa sociedade e das vindictas?
Por enigmática e ininteligível, abstemo-nos
de responder. Simplesmente, porque não se alcança onde quer chegar. Os nossos
Leitores tirarão as suas conclusões.
Mas, claramente, não partilhamos do seu
ponto de vista, seja o que pretenda insinuar com aquela afirmação tão
arrevesada! Somos pela verdade e transparência!
Grupo
Adulterado:
Mais adiante, a srª Drª afirma: “Como Povo,
somos um Grupo Adulterado, sobrevivente a quase 40 anos de desnorte”.
A partir dessa afirmação, expõe a seguinte
conclusão: “Desse desnorte – diz – ainda temos fôlego para repudiar
categorizações, ainda que nos surjam em jeito de desforras, mais nos podem
desnortear e nos afastar do vilipendiado propósito nacional: um só Estado, uma
só Nação!”
Respeitamos a sua opinião (expressa, aliás,
com insofismável convicção), mas não nos revemos nela, pelo seu negativismo
original.
Aquilo a que chama de “Grupo Adulterado”, chamamos
nós a Maior Riqueza do nosso Povo: a sua diversidade Cultural!
É a partir dela que devemos crescer,
politica, social e economicamente, conhecendo-nos e respeitando-nos mutuamente!
O discurso do nosso Povo não é esse, para
onde aponta a sua afirmação! É mais eloquente do que pensa!
A senhora tem o palco da escrita, para se
manifestar!
O nosso Povo não! Mas está atento, à escuta
do momento da Verdade, para se fazer ouvir! O nosso Povo é muito inteligente!
Não se pode subestimá-lo! Não se deve!
O Desnorte
Tanto a senhora, como nós, conhecemos essa
realidade, que compõe o nosso mosaico étnico, a nossa sociedade! Essa não está
em discussão! E ainda bem!
O mal está, quando se faz mau uso dessa
realidade, como, muitas vezes, ocorreu, na nossa História recente.
Não por casualidade ou mero acidente, mas,
por acção humana, devidamente motivada no mesquinho interesse de grupo, sendo
essa a principal causa do “desnorte”, de que a senhora fala, no seu artigo, mas
com outro sentido, menos conforme à verdadeira realidade.
Porque é, nesse “desnorte”, herdado do
período colonial, que reside a principal causa da instabilidade política e
social, de que o nosso País dá sinais, de vez em quando.
Essa instabilidade, que é uma causa de
bloqueio ao Desenvolvimento do País, tem a sua origem no esforço titânico de
uma parte da nossa População (minoritária), culturalmente desenraizada, que se
empenha em manter, no Pais, situações de privilégios intocáveis, em beneficio
exclusivo da sua reduzida e improdutiva subclasse social.
A senhora tem a coragem de se situar, o que
tem a sua vantagem.
Precisamos modificar isso, através do
pensamento positivo e inclusivo, para construirmos uma Nação sólida, virada
para o Progresso e Desenvolvimento e menos propensa a guerrilhas de agiotagem,
em busca do ganho fácil, muitas vezes, através da conspiração internacional.
É preciso exemplificar? Certamente que não!
Claro que é preciso discutir o País, com
coragem e elevação, antes que seja tarde demais!
Os leões rugem de todos os cantos!... sob a
capa da falsidade, fazendo-se passar por amigos!...
Não deve ser o egoísmo de grupo que
impedirá esse diálogo tardio, cuja falta já fez muita mossa, prejudicando
apenas quem não tem culpa no cartório!...
A nossa Maior Riqueza!
Concluindo o seu artigo, apresenta o
seguinte pensamento:
“No desnorte, as ideias que despontam têm
que obrigatoriamente ter um nome. Para assim e depois, podermos falar de
valores sociais, do nosso mosaico étnico e nossa principal riqueza, de povo e
de existência nacional.“
Nisso estamos de acordo: a nossa maior
riqueza é o nosso Mosaico Étnico (para usar a sua expressão)!
Nós somos isso mesmo, pela positiva, no
sentido mais construtivo dessa riqueza de Povo e da Nação que somos!
Só falta uma coisa: assumi-lo como tal…como
uma Riqueza do nosso Povo!
Da mesma forma que a Riqueza Natural de um
País (do Solo ou Subsolo) não existe para o Homem, enquanto não for conhecida e
trabalhada, assim, também, a Riqueza Cultural de um Povo só se torna um Valor
(social, cultural e económico) quando se conhece e se torne útil à Sociedade de
que emerge, podendo transformar-se num património da Humanidade!
A diversidade bem gerida é factor de
Progresso e Desenvolvimento e não o seu contrário! Não conhecemos Guineense nenhum
que ponha em causa tal Riqueza!
Na Economia, a diversidade é a essência da
competitividade, que, por sua vez, gera a Riqueza. Assim, também, na Sociologia
Humana e na Politica!
Mas ouve-se muitas vezes dizer que essa
Riqueza é manipulada por gente menos recomendável, que só pensa no seu próprio
interesse, no ganho imediato.
O problema não está, pois, no Mosaico, nem
na Riqueza Cultural do nosso Povo, mas na sua manipulação por gente impreparada
para gerir o nosso interesse comum: o interesse da Paz, da Estabilidade e do
Desenvolvimento partilhado, com sentido social.
Mas, parece-nos que a senhora tem medo
dessa Cultura, porque fala em “desnorte”, em “reacção” àquilo e aqueloutro.
Porque será?
CONCLUSÃO
A criação de uma plataforma de comunicação,
como a nossa, não aparece motivada em qualquer tipo de “desnorte” (para usar a
sua expressão), nem visa provocar “desnorte” de qualquer natureza, do mesmo
modo que não entendemos que seja essa a intenção de certas publicações online,
geridas por Guineenses (por ex., a Ditadura do Consenso, etc.).
Por isso, repudiamos, energicamente, a
propensão para a suspeição sistemática, que emerge das suas afirmações, quando
fala em “recusar categorizações”, em “desforras”, “desnortear e afastar do
vilipendiado propósito nacional: um só Estado, uma só Nação!” Porque nada disso
está em causa!
A dialéctica comunicativa é um valor
social, não uma ameaça, seja do que a senhora possa pretender dar a entender!
Quanto a nós, a srª Drª entendeu bem o
alcance do nosso Blog, pela forma positiva como concluiu a sua mensagem,
conforme destacámos anteriormente.
Nós somos portadores dessa diversidade
cultural, que impregna a Humanidade inteira, hoje em dia, mas, duma maneira
especial, da nossa sociedade, que é, em parte, produto da Cultura Colonial, na
qual (diga-se) a maioria das nossas Etnias não se reconhece, mas aprecia e
respeita os Valores da Civilização de que emerge.
São coisas totalmente diferentes! O Mundo
Moderno é composto dessa diversidade, do Oriente ao Ocidente, do Norte ao Sul!
O mal está em que muita gente não sabe
estabelecer a diferença e cometem-se muitos erros, á conta disso!...
Erro contra a Humanidade, contra o nosso
Povo, muitas vezes, achincalhado, apenas para satisfação de interesses egoístas
de algumas (poucas) pessoas, de grupos sociais ou de potências económicas, de
olho posto nos recursos do País! Por isso, hão-de conspirar, todos os dias,
para nos dividir…para poderem reinar!
É por esse motivo nobre que nos impomos o
dever de pensar e de reflectir sobre a nossa realidade, enquanto Comunidade
Nacional, composto pelo seu maravilhoso Mosaico Étnico!
Não para dividir, mas para unir e
fortificar, de forma consciente e operante, o contrário da forma oportunista,
como se fez, no passado, e se continua a fazer, no presente, pela via da
corrupção e da conspiração.
Um Povo que não pensa, degenera! Um Povo
que pensa, pode sofrer contrariedades, mas acaba prosperando! Vamos prosperar?
Seguramente!
É evidente que tal não acontece do dia para
a noite!
Da Sabedoria Antiga, ouvimos dizer que
“Roma e Pavia não se fizeram num dia!”
Do mesmo modo, o nosso País, a
Guiné-Bissau, não se fará num dia, nem nos Quarenta Anos de Independência, que
está prestes a celebrar, mergulhado em graves incertezas!...
Muita tinta e suor terão que ser
despendidos, até que, um dia, o País se transforme num lugar digno para se
viver, para todos os seus Filhos, como já se vive, actualmente, nos Países mais
desenvolvidos do Mundo!
Cara Compatriota, contamos consigo, em
futuras intervenções!
Carmelita Pires- Wilrane, Venâncio Amigo. Garanto que continuo a trabalhar arduamente, consciente dos 41 anos, para no setor dar definitivamente o pontapé de saída. Sou pelos direitos humanos, pela nossa diversidade ética, pela concórdia, pela consciência do passado e desafios futuros, pela idoneidade e integridade. Mas também sou pelo sonho de Cabral para este pequeno pedaço do mundo. Por favor, deixe-me trabalhar para si e para mim.
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