Nota: Se alguém tiver provas de que eu
Didinho, violei as contas de email e as palavras de acesso do computador do
ex-Primeiro-ministro, Presidente do PAIGC e Deputado da Nação, Domingos Simões
Pereira, bem como pirateei blogues ou contas de emails de outras pessoas,
então, que avance para a Justiça, incriminando-me, para que eu seja chamado a
responder.
Obviamente que não o fazem, porque no fundo,
sabem que nada tenho a ver com isso e quem avança para a Justiça, acusando
alguém, sem provas, sabe que o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro.
Não adianta dizerem que sabem que o Didinho é
que fez tudo isso, mas que não têm tempo a perder com ele e por isso não
recorrem à via judicial. Que absurdo!
Já o Didinho não pode apresentar queixa
contra alguém que usa pseudónimo para acusá-lo disto ou daquilo, porque se
alguém tivesse coragem de dar a cara como sempre dei, para me acusar destas
inverdades sobre as violações de privacidade, mesmo que fossem os visados das
violações, o caso seria diferente.
Vamos ao que interessa sobre o tema em
análise, que foi escrito em 30.07.2016 e por motivos diversos, só hoje é
partilhado.
A luta pelo poder político na Guiné-Bissau já
chegou à Internet. E entre as querelas politicas vale quase tudo, incluindo
violações de privacidade e acesso às informações que deviam ser altamente
confidenciais e/ou de natureza pessoal.
Sejam bem-vindos ao novo panorama político e
mediático da Guiné-Bissau, mas agora com um toque especial: piratear ou seja
"hackear".
A Guiné-Bissau poderá estar a testemunhar
aquilo que facilmente se podia denominar por "Guiné-Bissau Leaks".
Com efeito, o acentuar da crise política e as
diversas estratégias das partes envolvidas fizeram saltar para a Internet,
através dos blogues e das redes sociais, assuntos devidamente documentados, de
âmbito institucional, merecedores de confidencialidade, quiçá, incluídos no que
se designa por segredo de Estado.
Numa primeira constatação da banalização e
violação do segredo de Estado através dos blogues, em função de estratégias
irresponsáveis e alimentadas pelo espírito de "matar para não morrer"
das partes envolvidas na crise política guineense, alguns cidadãos defensores
da salvaguarda do Interesse Nacional alertaram de imediato para o perigo que
tal prática poderia vir a constituir, tendo em conta a vulnerabilidade das
nossas instituições, em particular, e do Estado em geral, cientes de que a
difusão de matérias incluídas no segredo de Estado podem ameaçar ou causar
danos aos principais alicerces do Estado, sobretudo, a Unidade e a
Independência nacionais, a integridade territorial, a segurança interna e
externa do país e os Direitos Fundamentais.
O alerta não mereceu a devida consideração,
mas os factos posteriores têm confirmado a sua pertinência.
Qual uma guerra visando aniquilar inimigos,
passamos a ter uma guerra cibernética alimentada pela disputa do poder político
na Guiné-Bissau, por ser o poder dominante, e que quando legitimado, ou serve o
Interesse Nacional, a bem do colectivo; ou serve os interesses pessoais e de
grupos, em detrimento do colectivo, sendo que os sucessivos conflitos,
confrontações e crises na Guiné-Bissau resumem-se à ambição desmedida pelo
poder político; ao controlo desse Poder, de forma totalitária por um único
indivíduo, que normalmente é suportado por uma força política e depois,
controla todo o Estado, quiçá, os cidadãos, numa abrangência ilimitada que
caracteriza o totalitarismo.
Se a guerra cibernética não foi
"oficialmente" anunciada ou declarada na Guiné-Bissau, o facto é que
a realidade presente demonstra-nos que ela existe e as plataformas virtuais que
a sustentam, blogues e redes sociais, são o campo de batalha, os palcos dessa
guerra, tendo os seus editores/colaboradores (dando a cara ou no anonimato) o
papel de guerrilheiros em defesa de causas que nada têm a ver com a defesa do
Interesse Nacional, mas sim, de interesses pessoais e de grupos.
Se a ciberguerra se limitou, no início, à
utilização do segredo de Estado como estratégia de parte a parte da crise, não
tardou para que novas estratégias fossem projectadas e implementadas, como
planos de combate traçados por grandes generais, estrategas militares, sendo
vítimas os próprios blogues, independentemente das tendências de apoio
assumidas, explícita ou implicitamente, às partes da crise e que não carecem de
nenhum esforço intelectual para se perceber.
As novas estratégias deram a conhecer que as
partes da crise estavam dispostas a tudo ou nada e, por isso, tinham que
investir mais qualquer coisa na guerra cibernética, entre meios humanos,
financeiros e técnicos, para satisfação dos seus interesses, quiçá, para a
consolidação dos seus objectivos abrangentes.
A primeira vítima da nova estratégia da
ciberguerra guineense foi o blogue DOKA INTERNACIONAL que foi pirateado em
08.03.2016 tal como consta de uma nota publicada pelo seu editor. Blog DOKA
INTERNACIONAL pirateado e posteriormente recuperado em 31.03.2016, tal como
noticiado pelo mesmo editor, sendo que, em alternativa novo blogue foi criado
de imediato, para substituir o que tinha sido pirateado em 08.03.2016.
A ciberguerra foi atingindo proporções preocupantes,
face à divisão que foi provocando na sociedade guineense não fossem os blogues
e as redes sociais autênticos palcos de batalha, entre as partes directa ou
indirectamente envolvidas na crise política, sem ignorar uma parte que também
foi obrigada a envolver-se, mas em defesa da Guiné-Bissau, do Interesse
Nacional, da Democracia e do Estado de Direito, guiando-se pela Constituição e
pelas Leis da República.
A segunda vítima da ciberguerra foi o blog
Ditadura do Consenso, pirateado em 20.05.2016 tendo o seu editor confirmado a
notícia através de uma entrevista concedida à RFI. Guiné-Bissau: pirateado o
blog "Ditadura do Consenso".
Porém, uma nova estratégia foi usada com a
usurpação do blogue Ditadura do Consenso. O blogue continuou activo, a editar e
a publicar notas acompanhadas com print screen de emails pirateados em nome do
reconhecido editor do blogue, envolvendo terceiros, entre eles, destacadas
figuras nacionais, políticas e de governação, pondo em público assuntos de
natureza privada, numa perspectiva de violação de contas de emails, quiçá, de
violação da privacidade de alguém, mas com conteúdos que não têm propriamente a
ver com a vida íntima, pessoal ou familiar das figuras constantes nos emails
pirateados e partilhados.
A ciberguerra entrava numa nova fase, mais
acutilante, de contornos cada vez mais perigosos, tendo em conta o que se
estava a dar a conhecer aos guineenses e não só, deixando todos atónitos e
expectantes quanto aos próximos capítulos.
A reacção da sociedade, restrita aos que
possuem condições de acesso à Internet, foi imediata, e de forma mais acentuada
numa clara disputa de alas defensoras de partes da crise, do que propriamente,
em defesa do Interesse Nacional.
Condenamos a violação de qualquer
privacidade, sobretudo, quando o que está em causa é a vida privada da pessoa
que vê sua privacidade ser violada através de meios que a Lei considera ser
crime. Porém, não estaríamos minimamente interessados em abordar esta questão
se, a violação de privacidade de que falamos fosse da esfera pessoal ou
familiar de um simples cidadão, sem nenhum teor público e de Estado.
Tal como condenamos a violação da privacidade
de cada um, assim condenamos, depois de conhecermos os conteúdos
disponibilizados, as atitudes, os procedimentos e as pretensões das figuras
públicas envolvidas!
Independentemente de quem tenha pirateado o
blogue Ditadura do Consenso (seja numa iniciativa individual ou de equipa) e de
se ter apropriado dos dados de acesso de diversas contas de email, incluindo
uma conta de email de Domingos Simões Pereira, ex-Primeiro-ministro, Presidente
do PAIGC e Deputado da Nação, a nossa análise sustenta-se, legitima-se, nos
Direitos Fundamentais do Cidadão no âmbito da sua participação cidadã na
fiscalização da acção governativa, tendo em conta o teor dos conteúdos dos
emails, focados em acções de âmbito público, com ramificações a diversas áreas
liberais e não só, do sector privado, de um dirigismo embaçado da Administração
Pública do Estado.
Um novo blog Ditadura & Consenso foi
entretanto criado, em substituição do conhecido e pirateado blog Ditadura do
Consenso.
Depois do blogue Ditadura do Consenso, foi a
vez do blogue Progresso Nacional ser pirateado em 04.07.2016 após vários
anúncios de tentativa de controlo do blog por parte de "hackers".
Foi certamente uma luta desigual, entre
forças desproporcionais, que culminou no controlo absoluto e na
"extinção" do referido blogue.
A guerra cibernética guineense estava ao
rubro, trespassando para a sociedade os efeitos nocivos da promoção da divisão
dos guineenses, ao invés da promoção da unidade nacional e da viabilização do
país, por via dos interesses das partes "beligerantes", assentes numa
visão, missão e objectivos fundados num absolutismo indisfarçável que só será
resolvido e saciado quando uma parte aniquilar, esmagar, completamente, a
outra.
Dois novos blogues surgem em cena, para
reforço de uma das partes da guerra cibernética. O Guiné Puro e o Guinendade.
Entretanto, no pirateado blogue Ditadura do
Consenso, a divulgação de emails iniciada através de mensagens pirateadas ao
seu editor, passou a ter emails em nome de Domingos Simões Pereira, envolvendo
diversas pessoas, singulares e colectivas, desde o período em que era apenas
candidato à liderança do PAIGC, passando pelas eleições legislativas, pela
governação que dirigiu, pela sua exoneração e tudo o mais, até aos dias de
hoje.
Factos, que dão conta que não apenas os
blogues e seus editores/colaboradores estavam a ser vítimas de pirataria, de
violação de privacidade, mas também políticos e governantes de uma das partes
da crise política, quiçá, da guerra cibernética.
De forma regular e contínua, vários emails
comprometedores de acções do ex-Primeiro-ministro, Presidente do PAIGC e
Deputado da Nação, Domingos Simões Pereira e envolvendo terceiros, foram sendo
partilhados no blogue Ditadura do Consenso, numa estratégia clara de
demonstração de provas sobre o seu desempenho menos transparente a vários
níveis, entre a política e a governação.
Não seria demais relembrar que por diversas
ocasiões, em diversos palcos, Domingos Simões Pereira desafiara a qualquer um
que tivesse provas de algo comprometedor sobre a sua pessoa, no âmbito da
política e da governação, que divulgasse essas provas.
Não condicionou a obtenção das provas, apenas
solicitou provas, e pelos vistos, estão a ser partilhadas, independentemente de
Domingos Simões Pereira, na sua leitura, em reacção aos emails publicados,
afirmar que nada têm de comprometedor para a sua pessoa.
Certamente, não cabe a ele fazer esse juízo,
pois é suspeito. Comprometedor ou não, cabe à sociedade analisar e tirar as
suas conclusões, sem manipulações, independentemente das divisões e das alas
assumidas e que tomam partido pelas forças "beligerantes".
Deve-se contar igualmente, com uma terceira
via, que estando sempre comprometida com a Guiné-Bissau e com a Verdade, saberá
ter a necessária coerência e responsabilidade para, de forma patriótica e numa
perspectiva de defesa do Interesse Nacional, fazer leituras que não sustentadas
pela manipulação de consciências, pelo tráfico de influências e por
contrapartidas a troco de favores e em prejuízo da Guiné-Bissau e da maioria do
seu Povo, enganado, maltratado e condenado a viver na miséria, enquanto uma
elite faz do país sua propriedade, negociando e desfrutando dos seus bens,
quiçá, dos bens de todo um Povo!
Com a divulgação de emails em nome de
Domingos Simões Pereira no blogue Ditadura do Consenso e perante
posicionamentos públicos de cidadãos indignados, primeiro, com a violação da
privacidade, e depois, com o teor dos emails que têm sido publicados, é
delineada uma nova estratégia da ciberguerra, através de uma reacção oficial do
PAIGC no passado dia 07.07.2016 PAIGC DENUNCIA EXISTÊNCIA DE CAMPANHA DE
SEQUESTRO DE CONTAS PRIVADAS pela voz do seu Presidente e principal visado nos
emails, Domingos Simões Pereira.
Em momento algum Domingos Simões Pereira
negou a veracidade dos emails divulgados, quiçá, o teor dos mesmos,
limitando-se a considerar o acto como uma violação da sua privacidade, ou seja,
um crime à luz dos Direitos Fundamentais.
A divisão da sociedade guineense perante a
divulgação dos emails continua a ser por demais evidente, bem como aquilo que
motivava essa divisão, entre um crime, o da violação das contas de email, feito
por alguém, ou por uma equipa, e os crimes, diversos crimes (corrupção, tráfico
de influências, utilização indevida de fundos públicos, usurpação e manipulação
do cargo de Primeiro-ministro depois de ter sido exonerado de funções, etc.,
etc., por parte de Domingos Simões Pereira) presentes nas entrelinhas de
diversos conteúdos dos emails divulgados e que estão associados a Domingos
Simões Pereira.
É um facto a relação de poder, numa
sustentação que se pode considerar de atentado à Unidade Nacional, à Boa
Governação, à Democracia e ao Estado de Direito, por parte de acções estampadas
em diversos emails, divulgados ou não, mas do nosso conhecimento, entre
Domingos Simões Pereira e personalidades da área empresarial, da Comunicação
Social, juristas, e outros, enquanto Primeiro-ministro legitimado e depois,
como Primeiro-ministro sem legitimidade, quando o nomeado e empossado era
Carlos Correia, sendo contudo Domingos Simões Pereira a gerir toda a
Administração Pública, orientando todas as operações das Finanças Públicas, sem
ser Governante e até à demissão recente do Governo "liderado" por
Carlos Correia.
Desde que o assunto dos emails passou dos
blogues para as redes sociais, alguns cidadãos guineenses passaram a ser alvos
de insultos, intimidação e ameaças de morte, extensivas aos seus familiares,
nos dois blogues criados recentemente e conotados com Domingos Simões Pereira e
João Bernardo Vieira, o Guiné Puro e o Guinendade, em nome e defesa de Domingos
Simões Pereira.
Alegam que a violação da privacidade e a
divulgação dos emails de Domingos Simões Pereira mexe com interesses de muita
gente e, por isso, é preciso agir, mesmo que seja tirando a vida a alguém, para
que esses interesses sejam salvaguardados.
Perante tudo o que já se sabe e muito que se
espera vir a saber, não se ouviu um único pronunciamento do Ministério-Público,
quando há emails que confirmam por exemplo, quem foram os criadores do blogue
Progresso Nacional, através do qual muitas ameaças de morte foram dirigidas a
cidadãos nacionais, na Guiné, incluindo o Presidente da República, e na
diáspora.
Perante a implícita confirmação do teor dos
conteúdos dos emails já divulgados, por parte de Domingos Simões Pereira, por
que espera o Ministério Público para tomar medidas perante vários indícios
criminais sobretudo, contra o Estado?
O que é preciso para que haja uma intervenção
legal do Ministério-Público no intuito de apurar responsabilidades e
responsabilizar quem deve ser responsabilizado face a este escândalo dos emails
e dos blogues pirateados, bem como dos blogues que ameaçam de morte cidadãos
nacionais e seus familiares?
A quem serve esta guerra cibernética, senão
aos seus promotores, prejudicando a Guiné-Bissau e a Unidade Nacional?
Até quando teremos esta ciberguerra e quais
serão os próximos passos e as consequências para o Estado e para os cidadãos?
Positiva e construtivamente.
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