Apesar da última resolução do PAIGC que instava os dirigentes deste partido a não integrarem ao Executivo de Umaro Cissokó, viu se integrar muitos militantes e dirigentes do PAIGC, ao todo são 16 elementos do PAIGC, sem contar com o próprio Umaro Cissokó. Foram nomeados os seguintes membros do PAIGC para o novo Governo:Ministérios:1. Senhor Botche Candé, Ministro de Estado e do Interior;2. Senhor Aristides Ocante da Silva, Ministro de Estado, dos Combatentes da Liberdade da Pátria e Reinserção Social;3. Senhor Malal Sane, Ministro de Estado, da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assn.Parlamentares;4. Senhor João Alage Mamadu Fadia, Ministro de Estado da Economia e Finanças;5. Senhor Marciano Silva Barbeiro, Ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo;6. Senhor Barros Bacar Banjai, Ministro dos Recursos Naturais;7. Senhor Sandji Fati, Ministro da Educação e do Ensino Superior;8. Senhor Fidélis Forbs, Ministro dos Transportes e Comunicações;9. Senhor Tomás Gomes Barbosa, Ministro da Cultura e Desporto;10. Senhor Domênico Oliveira Sanca, Ministro dá Juventude e Emprego;Secretárias de Estado:11. Senhor Francisco Malam N. Djatá, Secretário de Estado da Ordem Pública;12. Senhor José Biai, Secretário de Estado do Plano e Integração Regional;13. Senhor Marcelino Simões Lopes Cabral, Secretário de Estado da Reforma Administrativa;14. Senhor Dino Seidi, Secretário de Estado das Comunidades;15. Senhora Maria Evarista de Sousa, Secretária de Estado das Florestas e Pecuária;
16. Senhora Iracema do Rosário, Secretária de Estado do Ensino Básico, Secundário e Profissionalizante;
Se o PAIGC assumisse as suas
responsabilidades para com a Guiné-Bissau, enquanto Estado de Direito
Democrático e para com o povo guineense, analisando com prudência o compromisso
eleitoral que lhe proporcionou a vitória nas eleições legislativas de 2014 com
maioria absoluta, certamente a disputa do poder pelo poder, designada de crise
política, não o relegaria para fora de qualquer Governação ao longo desta
legislatura, mesmo no caso de haver dissolução da Assembleia Nacional Popular.
Não o permitiríamos, enquanto cidadãos e
defensores da Constituição e das Leis da República, mas o PAIGC perante
violações da Constituição e das Leis da República, respondeu com outras
violações à Constituição e às Leis, optando por estratégias de confrontação e
de bloqueio das instituições da República, ignorando por completo o compromisso
para a viabilização do país, capaz de tornar possível a satisfação das necessidades
colectivas que é uma das principais atribuições da Governação.
O PAIGC não soube concluir que a disputa do
poder designada de crise política era e continua a ser um potencial factor de
divisão, desgaste e destruição do próprio partido, o que lhe impunha/impõe uma
estratégia realista e prudente, suportada por um levantamento rigoroso,
imparcial e objectivo da situação de conflito interno, através da promoção e
realização de jornadas de reflexão e debates internos, em harmonia, liberdade e
tolerância, no respeito pela divergência de opinião, capazes de fazer
transparecer e dar a conhecer os sintomas do mal-estar e da consequente divisão
no partido.
Os levantamentos internos dos problemas do
partido, feitos em nome do compromisso partidário, com rigor, imparcialidade,
objectividade e prudência, ajudam a encontrar respostas e soluções para
resolver de forma democrática e tolerante os problemas de relacionamento que
minam a confiança e fomentam gradualmente uma potencial implosão do partido.
Ajudam igualmente a criar mecanismos de
prevenção de novas ocorrências, baseados na promoção de uma verdadeira cultura
democrática assente no respeito pela tolerância, pelo pluralismo de ideias e
opiniões no partido.
O PAIGC deve reavaliar os seus Estatutos,
tendo em conta o seu enquadramento com a Lei-Quadro dos Partidos Políticos e
numa perspectiva dos Direitos Fundamentais, com a Constituição da República. Um
militante de qualquer que seja o partido político é um ser humano e um cidadão,
por isso, não se deve penalizar pessoas, militantes, com base numa disciplina
partidária desarticulada com a Lei-Quadro dos Partidos Políticos e com a
Constituição da República.
Se o PAIGC tivesse promovido e insistido na
reconciliação interna e no resgate da “unidade e luta” do partido, certamente a
disputa do poder pelo poder, designada de crise política há muito teria sido
ultrapassada.
Não teríamos um país bloqueado e a saque.
Não teríamos este e outros governos, que não
governos do PAIGC em função da sua vitória nas eleições legislativas de 2014
com maioria absoluta.
O PAIGC falhou e ao longo desta disputa do
poder pelo poder, designada de crise política, as nossas críticas e sugestões
foram sempre no intuito de chamar o PAIGC à responsabilidade, bem como outras
partes da disputa.
O papel de um pensador, de um intelectual,
não é promover a divisão e consequentemente prejudicar o país. A visão de um
intelectual, ainda que suscite discórdia, deve ser analisada e considerada numa
perspectiva positiva de potenciar outros pontos de vista, contrariamente à
unanimidade de pensamento e de acção, por conveniência, que tem prejudicado a
Guiné-Bissau e os guineenses perante assuntos simples e de fácil resolução que
se tornam complexos e de difícil resolução com o tempo e quando aqueles que têm
visão se ficam pelo silêncio ou são ignorados.
O PAIGC não tem agido bem ao longo desta
disputa de poder designado crise política, acabando por perder tudo,
prejudicando o país e o povo.
Quando se devia aconselhar o Presidente do
Partido a reflectir, a ouvir conselhos de dentro e de fora, diferentes do
"empurrão" para a confrontação, uns e outros faziam questão de
vangloriar que a confrontação era a melhor opção, ignorando a necessidade de se
elaborar uma estratégia inteligente para lidar com a disputa de poder designada
crise política.
Chegados aqui, seria importante que o partido
promovesse jornadas de reflexão no intuito de se regenerar e se preparar para
as próximas eleições legislativas de 2018, sem contudo sair de cena ao longo do
restante desta legislatura. O PAIGC ainda pode ser útil ao país no Parlamento,
por isso, não deve continuar a ignorar as suas responsabilidades enquanto
partido vencedor das eleições legislativas de 2014 com maioria absoluta.
Ao PAIGC aconselha-se o uso da sua influência
junto da Mesa da Assembleia Nacional Popular no sentido de se desbloquear o
parlamento, assumindo as suas responsabilidades como partido na oposição face
ao actual cenário e aí, fiscalizar a acção governativa deste novo governo. Isso
também é servir o país e os guineenses, caso contrário, o bloqueio do
parlamento continuará a prejudicar a Guiné-Bissau e os guineenses, beneficiando
uma governação sem fiscalização, quiçá, o saque ao tesouro público e outros.
É importante que o PAIGC tenha em conta que
precisa reconciliar-se com o povo guineense e as eleições legislativas serão em
2018. Pode parecer muito tempo, mas na verdade é pouco tempo.
É importante que o PAIGC saiba aprender com
os erros desta disputa de poder pelo poder designada de crise política.
Positiva e construtivamente
Gostei,permita-me salientar que, a luta pelo poder no PAIGC, ou na Guiné, não é assim preto no branco, estamos a falar dum partido especial, e consequentemente dum país especial, cheios de vícios de mentalidades muito perigosas.... um país cujo os políticos, politicamente inocentes, arrogantes, gananciosos, oportunistas, astutos, devasso, extravagantes e absolutamente irresponsáveis. Comprometidos com os seus próprios vícios! É utópico pensarmos escapar destas crises cíclicas com a realização das eleições. É preciso assumirmos o compromisso a outros níveis, reconhecendo que não somos capazes de lidar com a democracia, alternância do poder, ou seja, deixar um partido governar. O próprio povo guineense não está preparado... por isso, temos que legitimar um governo de unidade nacional, para 10 anos no mínimo, formado na base da competência, pelos homens e mulheres guineenses, o governo este, que terá a fiscalização permanente da sociedade civil. O presságio evidência que os piores dias virão. Para quê continuarmos viver neste mundo alegórico???
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