“Tenho um sonho” que um dia os nossos governantes ganharão consciência e saberão colocar em primeiro plano os problemas da Educação e da Saúde.- Elton Infanda
Excelentíssimo, Senhor Diretor da Faculdade
de Direito da Universidade de Lisboa, Professor Doutor Eduardo Vera-Cruz Pinto;
Excelentíssimo, Senhor Professor Doutor
Januário Costa Gomes;
Excelentíssimos, Senhores representantes das
ONGs;
Caros colegas e amigos da AEGBL!
Senhoras e Senhores
Em primeiro lugar, gostaria de endereçar as
minhas palavras de apreço aos colegas dos corpos sociais da AEGBL (Associação
de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa), que hoje cessam as suas funções, mas
que continuarão a merecer as nossas considerações e encará-los como membros da
AEGBL conforme mandam os Estatutos.
Permitam-me ainda que faça aqui uma
referência especial à Mesa de Assembleia Geral, designadamente, aos seus dois
membros recém-eleitos e de modo particular ao seu Presidente Samora Abia Có,
pela amabilidade e esforço demonstrado ao longo de todo o processo eleitoral,
já anteriormente iniciado pelos nossos caros colegas, que muito nos honram.
É justo dirigir também palavras de profundo
agradecimento aos ex-membros da lista H, pelos trabalhos feitos durante todo o
processo eleitoral e que nos deu esta vitória merecida. Vitória esta que dedico
a toda a comunidade académica guineense em Lisboa, pela confiança assentada
nesta aventura difícil, mas que deve ser encarada como uma oportunidade para
tornar a nossa AEGBL cada vez maior e melhor!
E em nome dos meus colegas da ex-lista H”, o
nosso muito obrigado por àqueles que contribuíram directo ou indirectamente
para o bem da nossa associação.
Caros colegas e amigos da AEGBL
A nossa vitória, é uma vitória de todos nós
sem excepção, porque é este o princípio que cria, nos alimenta, nos move e nos
faz fiar numa sociedade mais justa, solidária e igualitária para com todos.
A vitória do dia 6 de Abril de 2013, é um
indicador claro da confiança deposta em nós na qualidade de ex-membros da Lista
H. Por esta razão, enquanto presidente da direcção que hoje inicia as suas
funções, prometo fazer de tudo nos limites das minhas capacidades físicas e
intelectuais para corresponder às vossas expectativas e daqueles que nos
elegeram, manifestando assim o meu desejo em trabalhar com toda a comunidade
académica guineense em Portugal e em especial em Lisboa e ainda de modo
particular com os meus colegas das ex-listas, A e G.
Durante a campanha eleitoral sempre nos
apresentámos aos nossos irmãos eleitores como uma lista renovadora, que tem
toda a disposição e condições para ajudar a construir um futuro melhor da
Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa (AEGBL). Como diz o povo «o
caminho faz-se caminhando» e na mesma linha de raciocínio também diria «o
caminho faz-se com ajuda e contributo de todos». Nesta ordem de ideias, vamos
precisar e contar com a colaboração de todos, relembrando que a AEGBL enquanto
instituição académica dos estudantes guineenses em Lisboa norteada pela
abertura aos demais não será de modo algum esta nova direcção a fechar a porta.
Como foi, é e será uma casa aberta e fraterna para com todos estudantes e
amigos, em linha de continuidade.
O passar de testemunho que nos foi
esperançado no dia 6 de Abril, é uma responsabilidade acrescida. As
expectativas são elevadas, pelo que devemos encarar este novo percurso com
maior sentido de responsabilidade visto que, o tempo em que nos encontramos é
extremamente difícil e exige de nós o melhor!
Caros colegas estudantes
Eu tenho um Sonho, de um dia ver os
estudantes guineenses em Portugal e em Lisboa em especial, com melhores
condições académicas e julgo ser também o vosso desejo. Creio que chegou a
hora, // (Hora Tchiga) // e espero poder contribuir para que esse sonho se
transforme numa realidade. Mas, para tal é preciso convicção, persistência,
paciência e força de vontade para pôr em prática esta causa nobre e alcançar os
objetivos por nós traçados.
Senhoras e Senhores
A ambição e o objectivo primeiro desta nova
direcção que hoje toma posse é trabalhar com qualquer entidade pública/privada
imbuída do mesmo espírito que nós e que queira trabalhar connosco. Porque
estamos cientes dos problemas do nosso continente, particularmente, os do nosso
país, a Guiné-Bissau. Problemas esses de várias ordens cujos maiores
responsáveis são, sem dúvida, os nossos governantes que não nos dão devido
acompanhamento. E essa falta de acompanhamento e a ausência quase total de
incentivo reflectem directamente na nossa vida académica.
Os factos reais de abandono escolar não me
deixam mentir. Pois, quantas vezes já assistimos casos de desistência de
estudos, quer cá quer na Guiné? Quantas vezes, já ouvimos o nosso primo, amigo,
colega da faculdade a dizer “vou enveredar pelos outros caminhos”, com rostos
pálidos, evocando as razões económico-financeiras? São muitas e incontáveis! E
julgo que concordarão comigo que este tipo de episódio mina sonhos, mina uma
geração que se diz Abós i futuru di é país! E mina o futuro de um país.
Mas, para que a Guiné-Bissau e a sua
juventude não sejam condenadas ao contínuo atraso por causa destas
contrariedades é urgente que todos nós guineenses, sem distinção dos bons e
maus, pormos as mãos à obra e norteando-nos pelos nossos valores culturais que
sempre nos acompanham e nos identificam quer onde estejamos. Valores estes: a
amizade, a fraternidade, a solidariedade, a entreajuda e a partilha e sem pôr
de lado a justiça e a igualdade, que alteiam a razão da nossa existência
enquanto país soberano.
Caros colegas, ex-membros da lista H
A missão que nos foi confiada, começa hoje e
é uma missão na qual devemos colocar em primeiro lugar as necessidades de quem
mais precisa porque é para isso que fomos eleitos.
Senhoras e Senhores, caros colegas estudantes
Face à incapacidade dos governantes africanos
em geral e em particular os do meu país, em resolver os problemas das futuras
gerações "eu tenho um sonho".
“ Tenho um sonho” que um dia os africanos
conseguirão resolver os seus problemas sem depender de ajudas estrangeiras;
“Tenho um sonho” que um dia os africanos
ultrapassarão as divisões tribais e que os países africanos tornarão uma nação;
“Tenho um sonho” que um dia os nossos
governantes ganharão consciência e saberão colocar em primeiro plano os
problemas da Educação e da Saúde.
Muito obrigado pela atenção
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