sábado, 31 de dezembro de 2016

O Sonho transmitido em mensagem do Celestino Elton Infanda para estudantes e guineenses em geral

“Tenho um sonho” que um dia os nossos governantes ganharão consciência e saberão colocar em primeiro plano os problemas da Educação e da Saúde.- Elton Infanda

Excelentíssimo, Senhor Dr. Bacar Sanha, representante do Embaixador da Guiné-Bissau em Portugal;

Excelentíssimo, Senhor Diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Professor Doutor Eduardo Vera-Cruz Pinto;

Excelentíssimo, Senhor Professor Doutor Januário Costa Gomes;

Excelentíssimos, Senhores representantes das ONGs;

Caros colegas e amigos da AEGBL!

Senhoras e Senhores

Em primeiro lugar, gostaria de endereçar as minhas palavras de apreço aos colegas dos corpos sociais da AEGBL (Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa), que hoje cessam as suas funções, mas que continuarão a merecer as nossas considerações e encará-los como membros da AEGBL conforme mandam os Estatutos.

Permitam-me ainda que faça aqui uma referência especial à Mesa de Assembleia Geral, designadamente, aos seus dois membros recém-eleitos e de modo particular ao seu Presidente Samora Abia Có, pela amabilidade e esforço demonstrado ao longo de todo o processo eleitoral, já anteriormente iniciado pelos nossos caros colegas, que muito nos honram.

É justo dirigir também palavras de profundo agradecimento aos ex-membros da lista H, pelos trabalhos feitos durante todo o processo eleitoral e que nos deu esta vitória merecida. Vitória esta que dedico a toda a comunidade académica guineense em Lisboa, pela confiança assentada nesta aventura difícil, mas que deve ser encarada como uma oportunidade para tornar a nossa AEGBL cada vez maior e melhor!

E em nome dos meus colegas da ex-lista H”, o nosso muito obrigado por àqueles que contribuíram directo ou indirectamente para o bem da nossa associação.

Caros colegas e amigos da AEGBL

A nossa vitória, é uma vitória de todos nós sem excepção, porque é este o princípio que cria, nos alimenta, nos move e nos faz fiar numa sociedade mais justa, solidária e igualitária para com todos.

A vitória do dia 6 de Abril de 2013, é um indicador claro da confiança deposta em nós na qualidade de ex-membros da Lista H. Por esta razão, enquanto presidente da direcção que hoje inicia as suas funções, prometo fazer de tudo nos limites das minhas capacidades físicas e intelectuais para corresponder às vossas expectativas e daqueles que nos elegeram, manifestando assim o meu desejo em trabalhar com toda a comunidade académica guineense em Portugal e em especial em Lisboa e ainda de modo particular com os meus colegas das ex-listas, A e G.

Durante a campanha eleitoral sempre nos apresentámos aos nossos irmãos eleitores como uma lista renovadora, que tem toda a disposição e condições para ajudar a construir um futuro melhor da Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa (AEGBL). Como diz o povo «o caminho faz-se caminhando» e na mesma linha de raciocínio também diria «o caminho faz-se com ajuda e contributo de todos». Nesta ordem de ideias, vamos precisar e contar com a colaboração de todos, relembrando que a AEGBL enquanto instituição académica dos estudantes guineenses em Lisboa norteada pela abertura aos demais não será de modo algum esta nova direcção a fechar a porta. Como foi, é e será uma casa aberta e fraterna para com todos estudantes e amigos, em linha de continuidade.

Caros colegas ex-membros da lista H

O passar de testemunho que nos foi esperançado no dia 6 de Abril, é uma responsabilidade acrescida. As expectativas são elevadas, pelo que devemos encarar este novo percurso com maior sentido de responsabilidade visto que, o tempo em que nos encontramos é extremamente difícil e exige de nós o melhor!

Caros colegas estudantes

Eu tenho um Sonho, de um dia ver os estudantes guineenses em Portugal e em Lisboa em especial, com melhores condições académicas e julgo ser também o vosso desejo. Creio que chegou a hora, // (Hora Tchiga) // e espero poder contribuir para que esse sonho se transforme numa realidade. Mas, para tal é preciso convicção, persistência, paciência e força de vontade para pôr em prática esta causa nobre e alcançar os objetivos por nós traçados.

Senhoras e Senhores

A ambição e o objectivo primeiro desta nova direcção que hoje toma posse é trabalhar com qualquer entidade pública/privada imbuída do mesmo espírito que nós e que queira trabalhar connosco. Porque estamos cientes dos problemas do nosso continente, particularmente, os do nosso país, a Guiné-Bissau. Problemas esses de várias ordens cujos maiores responsáveis são, sem dúvida, os nossos governantes que não nos dão devido acompanhamento. E essa falta de acompanhamento e a ausência quase total de incentivo reflectem directamente na nossa vida académica.

Os factos reais de abandono escolar não me deixam mentir. Pois, quantas vezes já assistimos casos de desistência de estudos, quer cá quer na Guiné? Quantas vezes, já ouvimos o nosso primo, amigo, colega da faculdade a dizer “vou enveredar pelos outros caminhos”, com rostos pálidos, evocando as razões económico-financeiras? São muitas e incontáveis! E julgo que concordarão comigo que este tipo de episódio mina sonhos, mina uma geração que se diz Abós i futuru di é país! E mina o futuro de um país.

Mas, para que a Guiné-Bissau e a sua juventude não sejam condenadas ao contínuo atraso por causa destas contrariedades é urgente que todos nós guineenses, sem distinção dos bons e maus, pormos as mãos à obra e norteando-nos pelos nossos valores culturais que sempre nos acompanham e nos identificam quer onde estejamos. Valores estes: a amizade, a fraternidade, a solidariedade, a entreajuda e a partilha e sem pôr de lado a justiça e a igualdade, que alteiam a razão da nossa existência enquanto país soberano.

Caros colegas, ex-membros da lista H

A missão que nos foi confiada, começa hoje e é uma missão na qual devemos colocar em primeiro lugar as necessidades de quem mais precisa porque é para isso que fomos eleitos.

Senhoras e Senhores, caros colegas estudantes

Face à incapacidade dos governantes africanos em geral e em particular os do meu país, em resolver os problemas das futuras gerações "eu tenho um sonho".

“ Tenho um sonho” que um dia os africanos conseguirão resolver os seus problemas sem depender de ajudas estrangeiras;

“Tenho um sonho” que um dia os africanos ultrapassarão as divisões tribais e que os países africanos tornarão uma nação;

“Tenho um sonho” que um dia os nossos governantes ganharão consciência e saberão colocar em primeiro plano os problemas da Educação e da Saúde.


Muito obrigado pela atenção

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