Os dirigentes partidários guineenses Braima
Camará e Nuno Nabian exigiram hoje ao Presidente do país que demita o
primeiro-ministro, Aristides Gomes, a quem acusam de incapacidade para
organizar eleições legislativas "com transparência".
S e ele não sair, vamos organizar marchas até
que o Presidente o demita", declarou Nuno Nabian, presidente da APU-PDGB
(Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau), durante uma
conferência de imprensa, que decorreu ao final da tarde em Bissau.
Braima Camará, líder do Madem (Movimento da
Alternância Democrática, partido recém-criado por dirigentes e militantes
saídos do PAIGC), disse que o primeiro-ministro está a "forjar a
realizações de eleições da forma como o tem feito" para "tirar
dividendos políticos".
"Aristides Gomes quer ser o candidato do
PAIGC nas eleições presidenciais", que devem ter lugar no próximo ano,
defendeu Braima Camará.
O líder da APU-PDGB, partido que até
recentemente estava alinhado com o PAIGC (vencedor das legislativas de 2014),
observou que Aristides Gomes quer realizar eleições "à pressa no dia 18 de
novembro, mesmo sabendo que tal não será possível".
"Organizar eleições no dia 18 de
novembro é favorecer os partidos grandes, sobretudo o PAIGC", sublinhou
Nuno Nabian, que fez questão de frisar estar do lado dos partidos que
"reclamam pela verdade eleitoral e o cumprimento das leis" da
Guiné-Bissau.
O dirigente da APU-PDGB exortou a comunidade
internacional "a não se imiscuir nos assuntos internos" do país,
observando que a Guiné-Bissau "tem leis que devem ser respeitadas".
A conferência de imprensa, realizada num
espaço de diversão juvenil de Bissau, contou com as presenças de vários
dirigentes partidários, nomeadamente os antigos ministros Botche Candé e Victor
Mandinga.
O recenseamento eleitoral para as eleições
legislativas, que a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da Africa
Ocidental) quer que sejam realizadas "sem falta no dia 18 de
novembro", começou hoje.
Os primeiros guineenses a fazer o
recenseamento foram o Presidente do país, José Mário Vaz, e o
primeiro-ministro, Aristides Gomes.
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