O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões
Pereira, pediu hoje aos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa
(CPLP) um apoio direto ao orçamento do país e ainda assistência técnica.
Simões Pereira fez os pedidos na sua intervenção de
abertura da reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros da
CPLP, que arrancou em Bissau, com mais de três horas de atraso.
Após enumerar os eixos estratégicos de governação da
Guiné-Bissau, assente em programas de emergência, de contingência e de
desenvolvimento, que o próprio apresentou em detalhes, o chefe do executivo
guineense disse esperar da CPLP um apoio direto ao orçamento, através de
donativos ou empréstimos.
Através destes mecanismo,s o Governo poderia fazer
face ao pagamento de despesas do Estado nomeadamente os salários e encargos
oficiais, sustentou Domingos Simões Pereira que espera inda receber da CPLP
assistência técnica e reforço da capacidade institucional na formulação de
políticas e preparação de projetos para uma mesa-redonda que Bissau pretende
organizar em fevereiro com os doadores.
De forma genérica, o primeiro-ministro guineense
conta obter da CPLP "uma advocacia positiva" junto da comunidade
internacional, afirmando que esta ainda vê a Guiné-Bissau "com alguma
desconfiança".
Falando em nome das autoridades e do povo
guineenses, Simões Pereira notou que a presença dos ministros dos responsáveis
lusófonos em Bissau "já de si é um motivo de satisfação" uma vez que
ajuda a dar credibilidade ao país.
Visivelmente emocionado, o chefe do Governo
guineense pediu aos responsáveis da comunidade lusófona para desenvolverem um
plano estratégico de ajuda à Guiné-Bissau no âmbito da preparação da
mesa-redonda com os doadores que deverá ter lugar em fevereiro em Bruxelas, na
Bélgica.
Sobre os planos de governação, o primeiro-ministro
guineense referiu que no âmbito de plano de contingência, Bissau pretende
reapreciar todos os contratos de exploração de recursos naturais existentes no
país e ainda clarificar acordos internacionais nomeadamente celebrados com
empresas portuguesas.
Neste âmbito destacou o acordo aéreo com a
Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) que disse conter "hoje objetivos
questionáveis" e ainda o entendimento extrajudicial alcançado com a TERTIR
(empresa de exploração portuária) a partir do qual poderão ser desenvolvidas
novas parcerias.
Depois de abrir a reunião, Domingos Simões Pereira
saiu da sala do conselho de ministros guineenses, deixando a presidência dos
trabalhos ao chefe da diplomacia de Timor-Leste, José Luís Guterres.
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