Nasceu mais um movimento de cidadãos contra a
actual crise politica. Em crioulo, chama-se “Bassóra”, e numa tradução
literária, em português, significa Vassoura. É um movimento criado por jovens,
na sua maioria, intelectuais que advogam a ruptura total com o sistema político
e os políticos guineenses.
Falam em revolução popular para instaurar uma
nova ordem politica e social com objectivo de garantir, ao povo guineense, o
direito de viver em paz e estabilidade.
O movimento hoje lançado quer mandar para
casa todos os actores políticos, sem a excepção. Argumentam que o sistema está
mal e deve ser removido, de forma pacífica, e instituir uma nova ordem, que vai
deixar, de lado, por um período a determinar, todas as instituições da república
e politicas, constitucionalmente, instituídas, expeto as forças de defesa e
segurança e o sector da justiça, disse uma fonte do movimento.
A nova corrente de revolta, face a situação
política, questiona mesmo da legitimidade sobre a qual arrogam os actores
políticos ao ponto de bloquear o país a este nível.
Seco Duarte Nhaga é o porta-voz do
recém-criado movimento Bassóra que questiona: "será que é possível que num
país democrático, existem sempre problemas depois das eleições, ao ponto de
nenhum mandato presidencial e de um Governo chegar ao fim? Quem são os 15, PRS,
PAIGC, DSP, JOMAV e Cipriano Cassamá, para paralisarem o nosso país? Os nossos
políticos estão exclusivamente a procura de seus textos para encherem as suas
barrigas e os partidos, enquanto o povo continua na miséria, sem hospital, sem
escola, sem água e muito menos comida".
Na apresentação pública do movimento,
ocorrido no local histórico dos Mártires de Pindjiguiti, um local que simbolia
a revolta dos marinheiros guineenses, em 1959, contra os colonialistas, Seco
Duarte Nhaga, porta-voz do recém-criado movimento “Bassóra”, contra a crise política
vigente no país, descreve assim a realidade da Guiné-Bissau face ao momento
actual: "a Guiné-Bissau é um país com riquezas naturais, mas pobre e
miserável em todos os sentidos, onde a população não tem hospitais, escolas,
nem agua e muito menos emprego e não temos nenhuma perspectiva de mudança.
Diríamos até que, com estes políticos, o nosso futuro ficará para sempre
adiado".
Este movimento junta-se, assim, ao dos
Cidadãos Conscientes e Inconformados que na tarde desta Sexta-feira, 18 de
Novembro, volta às ruas de Bissau para exigir o fim da crise política, que, na
sua perspectiva, deve passar pela dissolução do parlamento e convocação de
eleições legislativas antecipadas, ou se não, a renúncia do Presidente da
República, José Mário Vaz, das suas funções.
Os dois movimentos são dominados pelos jovens
quadros que assim decidiram romper com o sistema político guineense, em repúdio
à “cronica instabilidade politica” que dominou o país há cerca de 20 anos e a
“pobreza extrema do povo”.//VOA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.