O Vice-Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP)
asseverou que é do domínio público que a Guiné-Bissau não produz nem vende
droga, reconhecendo todavia que os aliciadores são altamente poderosos,
dispondo de meios financeiros e materiais podendo aliciar facilmente as pessoas
de países da pobreza estrema e de fracas instituições. Assim, neste complexo
fenómeno de tráfico de droga e de crime internacional a Guiné-Bissau é
essencialmente vítima.
Inácio Correia que falava na cerimónia de abertura da
reunião de Alto Nível entre o governo da Guiné-Bissau, Assembleia Nacional
Popular (ANP) e o gabinete das Nações Unidas para Combate de Drogas e Crime
Organizado (UNODC) exortou que a questão de droga e a criminalidade
transnacional estão no centro da atenção do mundo e o nosso país tem sido
frequentemente referenciado como um dos países facilitadores ou de trânsito da
droga para os mercados de consumo. O que leva o nosso país seja por vezes
apelidado de um Estado narcotráfico.
Ainda na visão daquele deputado da Nação a referida
reunião de alto nível enquadra-se na promoção de formação, sensibilização,
capacitação dos deputados e técnicos de ANP, com intuito de os adotar de conhecimento
e informações úteis na abordagem legislativa sobre droga e crime organizado.
Vice Representante Especial da UNIOGBIS Marco
Carmignani afirmou que vários estudos apontam o crime transnacional como uma
das mais graves ameaças nesta região, capaz de comprometer as palavras do
Secretário-geral das Nações Unidas e os progressos encorajadores que África
Ocidental fez no fortalecimento da democracia e promoção do desenvolvimento
humano. Informou ainda que o tráfico de droga e crime organizado prosperam num
ambiente de fraca governação, falta de oportunidade económica, gera corrupção e
impede o desenvolvimento.
Represente Regional do UNODC Pierre Lapaque assegurou
que esta reunião é uma janela de oportunidade para corresponder as expetativas
da população guineense, e contribuir para a credibilização da Guiné-Bissau no
panorama internacional. Referiu ainda que a justiça, paz e democracia não são
conceitos que se excluem mutuamente, assumem se como imperativo necessário da
evolução a todos os países, digamos ser integrado de forma permanente em todos
os domínios de acção.
Recorde-se que esta reunião de alto nível entre
Parlamento, Governo e UNODC decorre nos dias 24, 25 e 27 do mês em curso onde
irão discutir temas como Ameaças do crime Organizado, Terrorismo na África
Ocidental e Central, Branqueamento de Capitais; Integridade e Corrupção;
Reforma do Setor de Segurança, entre outras.
//Odemocrata
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