segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Guiné-Bissau, “Enfiar a carapuça?”

Ninguém me encomendou o sermão, mas não resisto de dar a minha opinião a propósito do quinquagéssimo aniversário das nossas gloriosas forças armadas, fundadas a 16 de Novembro de 1964 em Cassacá. Reti uma anotação no discurso do General Biague Nan Tan que diz: "Somos uma instituição heroica do passado glorioso, mas hoje transformámo-nos nuns inúteis ao ponto de a população fugir de nós. Temos que acabar com essa situação".

Para mim, as nossas forças armadas continuam a ser uma instituição heroica com o passado glorioso. De fato, o que não se pode tolerar é ter um passado glorioso e não ser capaz de erguer um único“castelo”na paz alcançada. Ganhar a guerra e não ganhar o desenvolvimento é sinónimo de derrota! Isso sim, não podemos aceitar! As nossas gloriosas forças armadas não podem aceitar o “barrete” da expiação da culpa ou do pecado perante o “Santo Ofício”. Porque, de um modo geral, nenhum governo (ou político), desde a independência, geriu o país com elevação necessária. Do consulado de Luís Cabral ao de Carlos Gomes Júnior, passando pelos longos anos do despotismo ninista, quem governou melhor? Ninguém! Era tudo “all the same thing”, ou seja, “gira o disco e toca o mesmo”.


Agora a campanha de diabolização das nossas forças armadas para além de visar o seu desmantelamento, tem sido fomentada por políticos trapaceiros e corruptos da nossa praça. Ainda me recordo que - com o advento do multipartidarismo - tornou-se mais nítido o fato das forças armadas não passasse de “ovelha ronhosa “do sistema político de então. A prioridade dos agentes políticos era orientada, exclusivamente, para o enriquecimento pessoal, fácil e rápido. 

Quem se esqueceu do célebre caso 17 de Outubro e outras atrocidades do regime político da época? 

Entretanto, até ao assassinato de Nino Vieira e Tagme Na Waie, a hostilização das forças armadas nao tinha ainda atingido o seu auge. Assim no ponto que o General Nam Tan, referia. As nossas gloriosas forças armadas viraram bode expiatório de políticos trapaceiros e falhados - e alvo de ataques hostis vindo de país, inclusive, ditos amigo - a partir do levantamento de 1 de Abril de 2011, que destituiu Zamora Induta, capanga de Carlos Gomes Júnior. Portanto, são deveras conhecidas as franjas da sociedade interessadas no seu “desmantelamento”adornado com a designação satírica de “reforma” das forças da defesa e segurança. São os de sempre, os tugas e os seus lacaios que chamavam a nossa guerrilha de “terrorristas”.

Um comentário:

  1. Agora é a hora de conhecer quem é quem, pois o homem se conhece pela sua própria ação.

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COMENTÁRIOS
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